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César responde a Marcelo. Costa "é refém do povo que o elegeu e dos compromissos que assumiu"

31 mar, 2022 - 07:40 • Susana Madureira Martins

Uma resposta do presidente do PS que surge numa publicação na rede social Facebook depois dos avisos de Marcelo Rebelo de Sousa, na tomada de posse do novo Governo, sobre uma eventual saída do Primeiro-ministro antes do fim da legislatura.

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Poucas horas depois do discurso em que Marcelo Rebelo de Sousa avisou o primeiro-ministro que "não será politicamente fácil" sair a meio do mandato, surgiu uma curta publicação na rede social Facebook de Carlos César, a dar o troco ao Presidente da República.

O presidente do Partido Socialista, um dos mais próximos conselheiros de António Costa, escreve que o "Primeiro-ministro, como em qualquer democracia e na sequência da renovação expressiva da legitimidade eleitoral do PS, é refém do povo que o elegeu e dos compromissos que assumiu".

A quatro anos e meio do fim da legislatura e com o governo acabado de tomar posse, César não desfaz o tabu se Costa levará o seu próprio mandato até ao fim, mas assume assim que o Primeiro-ministro está como que amarrado ao resultado eleitoral que deu a maioria absoluta ao PS.

E se Marcelo diz 'presente' no discurso de tomada de posse do governo com um "aqui estou" e com a promessa de ir "vigiando distrações e adiamentos quanto ao essencial, autocontemplações, deslumbramentos" do Governo, César responde que os compromissos de Costa têm "fiscalização política" em lugar próprio: a Assembleia da República.

Na publicação do presidente do PS pode ler-se que os compromissos "serão reafirmados no Programa do Governo que será submetido ao órgão de soberania a quem incumbe a fiscalização política da atividade governativa - a Assembleia da República".

Se César considera que "António Costa esteve muito bem no discurso de posse", por outro lado classifica o discurso do Presidente da República como "expectável" e justifica.

"Diagnosticou e interpretou, nesse sentido, bem as preocupações maiores face às consequência das crises pandémica e da guerra, que ainda perduram, enfatizando a necessidade do reformismo que se impõe em vários domínios fundamentais para a sustentabilidade futura".

Costa garante "estabilidade até outubro de 2026"

Após ouvir os avisos do Presidente da República sobre eventuais intenções de uma saída antecipada a meio do mandato como Primeiro-Ministro, António Costa não se deu por achado e apenas falou dos resultados eleitorais de janeiro que garantiram "estabilidade até outubro de 2026".

Ora, o aviso de Marcelo é que se Costa quiser sair para tentar uma eventual aventura europeia em 2024 - a meio do mandato entra um novo ciclo europeu, com o líder do PS a ser sucessivamente apontado à presidência do Conselho - o governo sai todo com ele e há novas eleições. E isso, de todo, não representa a tão desejada "estabilidade até outubro de 2026".

Se o Primeiro-ministro não desfaz o tabu, Mariana Vieira da Silva, a número dois do Governo, muito menos. Em declarações aos jornalistas à saída da tomada de posse no Palácio Nacional da Ajuda, a ministra da Presidência disse que "o mandato é de quatro anos e meio e há muito trabalho pela frente".

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