01 abr, 2022 - 07:47 • Ana Carrilho
A secretária de Estado do Turismo reconhece “as condições remuneratórias [no setor] ficam, muitas vezes, abaixo da remuneração média nacional. É um setor muito desgastante e é preciso encontrar formas de valorizar as profissões e os profissionais do setor. Só assim se consegue atrair valor”.
Rita Marques sinalizou, assim, a primeira de três ideias essenciais para o futuro do Turismo em Portugal.
Admitindo que a falta de pessoal em toda a cadeia exige o recurso a mão de obra estrangeira, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços frisou que “também temos de os qualificar porque queremos crescer em valor”.
Ainda não será em 2022 que se deverão atingir os valores de 2019 (melhor ano turístico nacional), mas Rita Marques acredita que poderão rondar os 80-85%.
“A rentabilidade do Turismo depende altíssima qualidade, nomeadamente de Recursos Humanos”, reafirmou o presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros. “Tem de ser uma atividade atrativa, onde se quer trabalhar e os recursos humanos são necessários em toda a cadeia do setor, dos operacionais aos mais qualificados”.
Raúl Ribeiro Ferreira, o presidente da ADHP trouxe logo a questão no seu discurso. Por um lado, é preciso que a tabela de classificação dos hotéis também tenha em conta a qualificação dos seus profissionais; por outro, “é importante criar condições para que os jovens estudantes desta área não saiam do país”.
Secretária de Estado
Questionada sobre a nova orgânica da secretaria de(...)
Este é um dos grandes temas que o Congresso da ADHP discute nesta edição, com o mote “Atrair Talento, Recuperar o Sector, Planear o Futuro”.
Durante a tarde, o CEO da escola internacional Les Roches falou sobre as Tendências na Atração e Retenção de Talentos em Hospitalidade.
Esta sexta-feira de manhã continua a ser dedicada aos Recursos Humanos, nomeadamente à necessidades de inovação e formação. Um outro painel é dedicado ao impacto da Agenda do Trabalho Digno na operação hoteleira.
Em entrevista à Renascença, o presidente da ADHP, Raúl Ferreira, manifestou grande preocupação, falando mesmo num “retrocesso na forma como o mercado lida com o Código de Trabalho”, considerando que o desequilíbrio é cada vez maior a favor dos trabalhadores. Deu como exemplo as novas regras para uso dos contratos a termo e a maior dificuldade que as empresas do setor terão em recorrer às empresas de trabalho temporário.