11 abr, 2022 - 11:00 • Manuela Pires
O PSD acredita que vem aí uma "austeridade encapotada". O Governo está, esta manhã, a dar aos partidos com assento parlamentar as linhas essenciais do Orçamento de Estado, que mantém o défice mas revê em baixa o crescimento da economia.
"O Governo tem o objetivo de evitar a contaminação, a criação de uma espiral inflacionista, compreendemos isso", diz Mota Pinto, líder da bancada parlamentar do PSD, acrescentando que vê, "no fundo, um regresso encapotado de uma certa austeridade pela possibilidade e previsível perda de rendimentos, designadamente nos salários, que são mais controlados diretamente pelo Estado, que são os salários da função pública.
“O Governo não se comprometeu, não assumiu que não haverá perda de rendimentos. O Governo tem o objetivo de evitar a contaminação [da inflação], uma espiral recessiva, compreendemos isso, embora haja um regresso encapotado de uma certa austeridade pela previsível perda de rendimentos, designadamente nos salários diretamente controlados pelo Estado, dos funcionários públicos”, afirmou o líder parlamentar do PSD.
Também o Chega acusa o Governo de aumentar a austeridade, ainda que sem aumento de impostos.
"Daqui retiramos que vamos ter austeridade, de facto o Governo não falou em aumento de impostos, mas conjugando o aumento dos custos sem aumento de apoios, estamos perante uma certa austeridade, que vamos ter ao longo do próximo ano", diz André Ventura.
“O que o Governo admite é uma revisão em baixa dos níveis de crescimento. [O ministro das Finanças] não nos disse qual é que era a variação que é expectável”, disse o presidente do Chega.
O antigo ministro das Finanças, João Leão, tinha anunciado no final de março que o Programa de Estabilidade para o período 2022-2026 apontava para um crescimento de 5% em 2022 e de 3,3% no próximo ano.
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