21 abr, 2022 - 17:45 • Lusa
O presidente da Assembleia da República sustentou hoje que a presença do chefe de Estado e do primeiro-ministro de Portugal na sessão solene com o Presidente da Ucrânia mostra bem a unidade nacional contra a agressão russa.
Esta referência à presença de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Costa no parlamento, na sessão solene de boas vindas ao Presidente Volodymyr Zelensky, em que participou por vídeo conferência, foi feita a meio do discurso de Augusto Santos Silva, durante o qual também elogiou a comunidade ucraniana que residente em Portugal.
"É uma honra para o parlamento português recebê-lo solenemente e ouvir as suas palavras. A participação do Presidente e do primeiro-ministro de Portugal nesta sessão solene mostra bem a unidade nacional em torno do apoio à Ucrânia, um apoio que junta os órgãos de soberania e que é partilhado por partidos políticos do Governo e da oposição", sustentou, numa sessão em que os seis deputados do PCP decidiram não estar presentes.
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Augusto Santos Silva fez uma referência à comunidade ucraniana que vive em Portugal e advogou que na resposta portuguesa "à agressão russa contra a Ucrânia pesou certamente o relacionamento estreito que existe entre os dois países".
"O laço mais forte é constituído pelas pessoas: Pela comunidade ucraniana estabelecida em Portugal, na ordem das dezenas de milhares de pessoas, bem integradas, que em muito contribuem para a nossa economia e em cujos filhos se encontram alguns dos melhores alunos das escolas portuguesas; e pelas famílias luso-ucranianas que, entretanto, se foram formando, e residem quer num quer noutro país", apontou.
Neste ponto, o presidente da Assembleia da República defendeu, contudo, que o "bom relacionamento bilateral, povo a povo e Estado a Estado", apenas explica parcialmente "a prontidão e a clareza da reação portuguesa à agressão de que a Ucrânia é vítima".
"Portugal é um país médio à escala europeia, pequeno à escala mundial; não é uma potência demográfica, económica ou militar; mas é uma nação com história, com um posicionamento geopolítico há muito consolidado e com uma política externa que não varia com o Governo do momento, porque exprime interesses nacionais duradouros", acentuou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Para Augusto Santos Silva, a chave da política externa portuguesa "é o respeito pelo direito internacional, a vinculação à Carta das Nações Unidas, a valorização da paz e da segurança e o amor à liberdade".
"E é por isso que estamos, sem hesitações nem ambiguidades, pela Ucrânia, em cujo território se trava hoje a luta pela liberdade, a independência e a paz na Europa", acrescentou.