21 abr, 2022 - 18:51 • Lusa
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel lamentou hoje que Portugal não esteja “na linha da frente” na defesa do estatuto de candidato à UE da Ucrânia, e criticou António Costa por não ter feito “um cordão sanitário” ao PCP.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final de uma reunião entre o grupo parlamentar do PSD e três dos eurodeputados sociais-democratas, Paulo Rangel considerou que é necessária “alguma prudência” quanto à adesão da Ucrânia à União Europeia.
“É preciso alguma prudência, mas acho que António Costa foi demasiado reservado. Nós devíamos dar um sinal mais claro à Ucrânia e há todas as condições para o fazer. Não significa uma adesão rápida, mas, pelo menos, o estatuto do candidato devíamos assegurar que até ao verão está garantido”, defendeu.
Na quarta-feira, numa entrevista promovida pelo Clube de Jornalistas, em parceria com a agência Lusa e com a Escola Superior de Comunicação Social, o primeiro-ministro afastou a possibilidade de êxito de um rápido processo da Ucrânia à União Europeia, apontando problemas por resolver entre vários Estados-membros que estão “desconfortáveis” desde o Tratado de Lisboa.
“Para já, Portugal devia estar na dianteira da defesa do estatuto de candidato e é pena que o primeiro-ministro não tenha feito disto uma bandeira da política europeia portuguesa”, criticou Rangel.
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Questionado sobre a ausência do PCP sobre a sessão solene de hoje no parlamento com o Presidente da Ucrânia - para a qual foram convidados os eurodeputados -, o vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu disse ter pena, mas não estar surpreendido.
“É estranho é que, durante seis anos, o PS tenha feito política com um partido que tem as posições que tem o PCP. Estão sempre a falar de um cordão sanitário, como é que o partido de António Costa esteve seis anos sem fazer um cordão sanitário a um partido que acha normal o que está a acontecer na Ucrânia e diz que os culpados são os Estados Unidos e os países europeus?”, questionou.
Paulo Rangel esteve ladeado pelo chefe da delegação do PSD no Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes, da eurodeputada Lídia Pereira e do líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, todos com um pin azul e amarelo, as cores da bandeira da Ucrânia.
O eurodeputado disse esperar que hoje o presidente Zelensky deixe “um pedido de ajuda lancinante” no seu discurso no parlamento.
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“Seja no plano militar, seja no plano financeiro, seja no plano humanitário, nós precisamos neste momento de reforçar a ajuda à Ucrânia e isso é uma evidência”, afirmou.
Paulo Rangel admitiu que, se será difícil avançar com a cobertura aérea do espaço ucraniano, pelo menos “o embargo total ao petróleo e ao gás já devia estar feito”.
“Nós continuamos a financiar com 800 a mil milhões de euros por dia a economia russa e com isso financiar a guerra, que pode afetar não apenas os ucranianos, mas todos nós”, afirmou.
A reunião entre os eurodeputados e a nova direção da bancada social-democrata serviu também para coordenar os trabalhos do PSD para os próximos meses a nível dos dois parlamentos.