25 abr, 2022 - 09:49 • Redação
Com o público de volta às galerias e sem restrições Covid-19, cumpriu-se a Sessão Solene do 48º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República.
Esteve presente o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que fez o seu sétimo discurso nesta dia, enquanto Chefe do Estado, uma intervenção marcada por um forte apelo à necessidade de dotar as Forças Armadas de condições para que sejam "fortes, unidas e motivadas".
Antes de Marcelo Rebelo de Sousa discursou Augusto Santos Silva, pela primeira vez neste dia enquanto presidente da Assembleia da República, deixando uma mensagem virada para a emigração.
Sem direito a intervenções, mas presentes no Parlamento estiveram o primeiro-ministro António Costa e demais membros do Governo.
Nas galerias do Parlamento, marcaram presença outras figuras como o antigo presidente da República Ramalho Eanes e o ex-presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Em sentido contário, foi notada a ausência do antigo Chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva.
O primeiro a discursar foi Rui Tavares, único deputado do "Livre", que destacou o ensino público como conquista da revolução, seguido de Inês Sousa Real, do partido Pessoas-Animais-Natureza, que dedicou grande parte do discurso às desigulades de género que ainda existem em Portugal. Também sobre desigualdades e fragilidades falou José Soeiro, do Bloco de Esquerda, que pediu justiça para quem "faz o país funcionar", referindo-se a inúmeras pessoas que ganham pouco, desempenham um trabalho quase invisível e não são valorizadas.
Por sua vez, Paula Santos, líder parlamentar do PCP denunciou uma "tentativa de imposição do pensamento único".
Seguiu-se depois Bernardo Blanco da Iniciativa Liberal, que fez um apelo ao "inconfomismo de Abril para romper estagnação", e André Ventura do Chega, que dirigiu um apelo direto ao Presidenten da República: "não condecore os que mataram e expropiaram".
Já Rui Rio, líder do PSD, declarou que "a solução para os extremismos está em nós próprios". O último deputado a discursar foi Pedro Delgado Alves, do PS, que identificou “ameaças populistas” e disse temer pela instrumentalização dos descontentes.
A sessão solene fica ainda marcada pela indisposição de um funcionário do Parlamento que levou a que o presidente da Assembleia da República tivesse de interromper a sua intervenção.
No fim da cerimónia, numa altura em que o Presidente da República e o primeiro-ministro já não estavam no hemiciclo, espontaneamente as pessoas presentes, entre os quais um grupo dos capitães de Abril, cantaram a música "Grândola, Vila Morena", segunda senha da revolução, transmitida pela Renascença.