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Problema de saúde afasta Secretária de Estado da Igualdade e Migrações do Governo

02 mai, 2022 - 17:42 • Ricardo Vieira, Susana Madureira Martins

Presidente da República reforçou que esta saída do Governo não tem "nada, nada" a ver com a polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal. Para o seu lugar entra Isabel Maria Duarte de Almeida Rodrigues.

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O primeiro-ministro garantiu, esta segunda-feira, que a exoneração da secretária de Estado da Igualdade e das Migrações nada teve a ver com o caso dos refugiados ucranianos de Setúbal.

A Renascença sabe que Sara Abrantes Guerreiro foi diagnosticada com um problema oncológico, um quadro de fragilidade a que a ex-governante nao quer estar exposta.

A saída de Sara Abrantes já foi colmatada pela tomada de posse de Isabel Rodrigues, esta segunda-feira ao final da tarde, em Belém.

No final da cerimónia, António Costa disse sentir-se "envergonhado" com o que disse serem as especulações relacionadas com a saída de Sara Guerreiro.

"Acho que o mínimo que se pede em momentos difíceis e dolorosos na vida das pessoas é que haja respeito", disse o chefe do Governo aos jornalistas num tom visivelmente irritado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, havia afirmado esta segunda-feira que a secretária de Estado da Igualdade e das Migrações deixa funções "por razão pessoal de força maior" e que "não há nenhuma razão política" para a substituição.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, afastou qualquer ligação entre a saída do Governo de Sara Abrantes Guerreiro e a recente polémica sobre o envolvimento de russos na receção a refugiados ucranianos: "Não, não. Infelizmente, foi uma questão pessoal de força maior".

Fonte do executivo já tinha adiantado à agência Lusa que esta substituição "ocorre a pedido da própria" Sara Abrantes Guerreiro "e por motivo de doença".

O Presidente da República reforçou que esta saída do Governo não tem "nada, nada" a ver com a polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos, "é por uma razão pessoal, não há nenhuma razão política".

Isabel Rodrigues, que hoje toma posse como secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, é atualmente deputada do PS eleita pelo círculo eleitoral dos Açores e está na Assembleia da República desde 2019.

Sobre a notícia do jornal Expresso segundo a qual ucranianos foram recebidos por russos defensores do regime de Vladimir Putin num gabinete de apoio a refugiados da Câmara Municipal de Setúbal, o Presidente da República reiterou que primeiro os factos "devem ser apurados", através de "inspeção administrativa" e, "se for caso disso, do ponto de vista judicial".

"Quantos casos, em que instituições, só o poder local, instituições da sociedade civil variadas, associações, outras instituições? Vamos apurar", disse, considerando que "por isso é que é importante alargar a investigação".

"Depois de apurados [os factos], acho que vale a pena pronunciar-me", acrescentou.

A este propósito, o chefe de Estado assinalou que "a Constituição Portuguesa prevê o respeito da privacidade das pessoas e dos dados que traduzem essa privacidade", o que também se aplica a migrantes e refugiados.

Interrogado se o Governo não desvalorizou avisos da Embaixada da Ucrânia, o Presidente da República retorquiu: "Tomo como boa a explicação de que não havia a noção exata do que se estava a passar, e por isso é que se vai apurar exatamente o alcance do que se passou, do que se passa".

Marcelo Rebelo de Sousa relativizou o impacto desta situação na imagem de Portugal, argumentando que o importante é reagir imediatamente, apurar os factos e depois atuar em conformidade.

O chefe de Estado referiu ainda que a chegada a Portugal de refugiados fugidos da Ucrânia na sequência da invasão pela Rússia é "um fenómeno muito recente" e que "tudo teve de se ajustar a isso".

[notícia atualizada às 19h36]

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