28 mai, 2022 - 14:55 • Ana Carrilho com redação
Em dia de eleição do novo líder do PSD, o Presidente da República defendeu que “quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao Governo”, considerando que o PSD é um partido importante e “irá escolher bem” o seu novo líder.
Durante uma visita ao Banco Alimentar contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o seu desejo para as eleições internas do PSD. “Quanto mais fortes forem os partidos, na área do Governo como na oposição, melhor para a democracia. Quanto mais forte for a oposição maior a exigência ao Governo”, começou por responder.
O chefe de Estado voltou a recorrer a uma comparação já utilizada.
“Aquilo que pode existir de pior é – eu até tenho feito a comparação – haver uma turma em que há um aluno muito bom e outros alunos menos bons. Não é que sejam menos bons, mas que aparecem como não competindo. Normalmente o aluno mais competitivo e que tem melhores resultados desce o nível de exigência”, avisou.
O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva disputam, este sábado, a presidência do partido. De acordo com o site do partido, o universo eleitoral ronda os 44.300 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar e que irão escolher o 19.º presidente do partido.
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Na mesma ocasião, o Presidente comentou também a afirmação de António Costa, para quem “a página da crise política já está virada”. Marcelo concorda e apesar de terem sido muito poucas as propostas de alteração ao Orçamento do Estado feitas pela oposição e aceites pelo PS, acredita que vai continuar a haver espaço para a negociação.
"Sim. Precisamente o objetivo do arranque desta legislatura e da aprovação rápida do orçamento é ter o orçamento a ser aplicado e, portanto, aquilo que motivou a crise política ficar ultrapassado."
Questionado sobre se o número de propostas de alteração dos partidos da oposição aprovadas significa que o Governo de António Costa é ou não dialogante, o Presidente da República referiu que "houve 140 propostas que foram aceites, uma parte pelo partido do Governo, mas muitas outras de outros partidos".
"O que significa que há alguma continuidade, apesar da maioria absoluta, entre a fase em que havia uma negociação sobre tudo e a fase em que há uma negociação parcial", considerou.