28 mai, 2022 - 17:34 • Tomás Anjinho Chagas
Na cidade Invicta, no edifício onde está sediado o PSD, é evidente que não é um dia normal. Há boletins de voto embalados e urnas por desdobrar. Cheira-se e sente-se o dia de diretas do PSD.
O presidente da concelhia, Miguel Seabra recebe a Renascença, e fala num partido ainda abalado pelas eleições legislativas, e, por isso, “ligado à máquina”. Acredita que urge trazer “um novo estilo de fazer política”, e investir mais atenção e conseguir uma “agenda renovadora e reformista”. Para isso aponta para Jorge Moreira da Silva.
O líder da concelhia do Porto refere que o partido está num “estado comatoso” depois de a derrota nas últimas legislativas, que deixou o PS com maioria absoluta. Miguel Seabra não esconde que o PSD está “cansado” das guerras internas e considera que estas diretas não “despertaram” o partido.
É um PSD dividido, e Miguel Seabra acredita que Montenegro foi um dos responsáveis pela “balcanização” e pela “perturbação” vividas nos últimos anos. “O Concelho Nacional que aconteceu no Porto ficou na nossa memória”, atira o líder da concelhia do Porto, e acrescenta que Moreira da Silva “nunca criou constrangimentos a qualquer tipo de liderança”.
Independemente disso, Miguel Seabra espera que o perdedor, seja lá quem ele for, “não faça o mesmo que ele fez aos outros no passado”. Dar tréguas é um dos passos fundamentais para evitar que a opinião pública fique com a ideia que o PSD está “fraturado”.
O dirigente social-democrata não quer que os militantes passem “cheques em branco”, mas afirma que o debate de ideias deve ser feito “dentro de portas”.
Alinhar as tropas, unificar o exército e ser oposição, é assim que Henrique Sim Sim defende que o partido deve proceder a partir deste domingo.
O líder da concelhia de Évora recebe a Renascença na sede alentejana. Os azulejos são verdes, mas as setas do PSD inscritas numa placa mostram que é o edifício certo. Numa mesa disposta à frente de um quadro de Sá Carneiro, assume que vai voltar a apoiar Montenegro.
Henrique Sim Sim aponta para a capacidade que o candidato de Espinho tem para combater o PS “demagogo e irresponsável”. E acredita que o distrito está “maioritariamente” com Montenegro.
Lembra que o PSD em Évora recuperou a deputada e conseguiu tirar o lugar ao comunista João Oliveira. Além disso sublinha os resultados das últimas eleições autárquicas. Considera por isso que o PSD está “bastante vivo” no distrito alentejano.
Apesar de não concordar com Miguel Seabra sobre quem deve ser o próximo líder do PSD, concorda na forma como o partido tem de se reorganizar.
O presidente da concelhia de Évora fala numa “necessidade” de o PSD se unir. Isso não significa a ausência de discórdia, “concerteza vai sempre haver divergências, isso é positivo”, diz Henrique Sim Sim.
Mas o dirigente da estrutura alentejana sublinha que o PSD tem “de uma vez por todas focar-se em combater o PS”.
A distrital de Portalegre, no Alto Alentejo, é a mais pequena do país. Cristóvão Crespo, antigo deputado e líder do PSD em Portalegre não assume o apoio a nenhum dos dois candidatos.
Vai votar e escolher, “eu não vou anular o voto” diz enquanto se ri. Mas prefere não dizer em que quadrado vai marcar cruz.
Para o futuro, Cristóvão Crespo avisa que ninguém “vai ser unânime” enquanto líder. Ainda assim pede que o partido se una “em torno do que é essencial”.
Sem “unanimismos”, o lider da distrital de Portalegre pede aos militantes que procurem o que os “une” e a partir daí fortalecer o PSD.
O chefe de Estado aponta "alguma continuidade" de (...)