26 jun, 2022 - 23:42 • Manuela Pires
A JSD propõe a instituição de eleições diretas primárias para o presidente e restante direção do partido.
Na moção que vai levar ao congresso do PSD no Porto, e a que a Renascença teve acesso, a Juventude Social Democrata quer “abrir o partido a sério, sem receios ou medos, à população” e permitir que os não militantes escolham o líder do PSD. Para os militantes, a JSD propõe o fim da obrigatoriedade do pagamento de quotas para poder votar na eleição.
Mas há mais novidades, os jovens social-democratas entendem que o Congresso Nacional, que atualmente se realiza um mês depois das diretas, deve acontecer antes das eleições para permitir que os congressos “voltem a ter interesse político e mediático, com discussão de projetos políticos alternativos”, lê-se no texto. A JSD quer um congresso “mais leve, com espaços para discussão temática e ligado às redes sociais”, mas que conte também com momentos culturais para intercalar com a discussão política.
Na moção intitulada “Modernizar, Abrir e Afirmar: colocar o PSD na Linha da Frente” dedicada quase em exclusivo à vida interna do partido, defende-se ainda a criação da figura do Diretor Geral do PSD que ficaria responsável “por toda a transformação organizacional do partido.
A JSD entende que o partido “sofreu um duro golpe nas últimas eleições legislativas” e não conseguiu apresentar uma alternativa reformista que o país precisa. Defendem por isso que nestes próximos anos, o PSD deve “começar por fazer uma introspeção que leve a mudanças profundas” para dar a volta “ao estado a que o partido chegou”. Na moção defende-se a digitalização profunda do partido, e uma aposta forte na estratégia de comunicação. Para isso defendem alterações profundas “na comunicação que é feita via Instagram, Facebook ou Twitter”. A digitalização passa também por um projeto piloto para avançar com o voto eletrónico em eleições internas.
Para se construir a alternativa ao governo de maioria absoluta do PS, o PSD deve marcar a agenda com as propostas políticas que defende para o país e o presidente do partido deve, no entender da JSD, percorrer o país em presidências abertas e temáticas para escutar os vários sectores de atividade e da economia.
Para voltar a ligar o PSD com a sociedade, a JSD defende a mudança da sede nacional do partido para um lugar mais central da cidade de Lisboa. Um espaço mais moderno onde seja possível partilhar ideias tal como se encontra “em espaços de cowork ou sedes de start-up”, lê-se no documento a que a Renascença teve acesso.
Por último, a JSD defende nesta moção a criação de uma loja de merchandising, “PSD Store”. Nesta loja estariam à venda “material gráfico do passado” e servia para difundir a marca PSD.