28 jun, 2022 - 13:31
O Presidente da República considera “um sucesso” a copresidência com o Quénia da Conferência dos Oceanos, que decorrem em Lisboa. Marcelo Rebelo de Sousa aceitou um convite para visitar aquele país africano.
O chefe de Estado disse esta terça-feira que “seria impossível” para Portugal organizar a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas sem a ajuda do Quénia.
“Era preciso ser um país que é o centro de várias agências internacionais”, disse o Presidente da República, salientando que na capital Nairobi “se deram passos fundamentais em tratados de proteção dos oceanos”.
Marcelo Rebelo de Sousa falava numa conferência de imprensa conjunta (sem perguntas) com o Presidente da República do Quénia, no âmbito da visita de Estado a Portugal de Uhuru Kenyatta, numa altura em que decorre em Lisboa a II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, a que os dois países copresidem.
O chefe de Estado salientou, por outro lado, que ambos os países “comungam dos memos princípios relativamente aos problemas da humanidade”.
“Nós defendemos o multilateralismo, ninguém é senhor absoluto da verdade, defendemos o papel das organizações internacionais, o papel do diálogo e da tolerância, a construção da paz em todas as circunstâncias e trabalhamos para isso”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Por isso, considerou o Presidente da República português, “a copresidência da Conferência dos Oceanos foi um sucesso, tanto pelo lado do Quénia como pelo lado de Portugal”.
“Seria impossível para Portugal organizar esta conferencia sem o Quénia”, declarou.
Também o Presidente do Quénia saudou a oportunidade de coorganizar com Portugal esta conferência, salientando que são dois países “que dependem dos oceanos”.
“Mais uma vez é algo que nos aproxima, somos dois países que dependem dos oceanos, é uma parte essencial do que somos, da nossa economia”, defendeu Uhuru Kenyatta.
Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o convite do seu homólogo do Quénia para visitar o país "em momento apropriado", com Uhuru Kenyatta a manifestar o desejo de "trabalhar em conjunto" para reintroduzir a língua portuguesa na região.
"Queria agradecer ao meu irmão, que aceitou, em momento apropriado, fazer igualmente uma visita ao Quénia", afirmou o Presidente da República queniano, dizendo aguardar ansiosamente pelo reforço desta "grande parceria entre estes dois países".
O chefe de Estado do Quénia sinalizou a vontade de continuar a trabalhar em conjunto sobre a língua portuguesa, já "falada por muitos no continente africano".
"Temos de saber como podemos trabalhar em conjunto para reintroduzir essa língua na nossa parte do mundo", apontou.
De acordo com fonte oficial de Belém, esta foi a primeira visita de um chefe de Estado do Quénia a Portugal e será também a primeira deslocação de um Presidente português ao Quénia.
O Presidente do Quénia agradeceu ainda o papel de Portugal na luta contra o terrorismo no continente africano, em particular em Moçambique, e disse esperar desta visita "injetar ímpeto novo" numa relação que existe há mais de 500 anos.
Uhuru Kenyatta deixou expectativas para a reunião que ia ter em seguida com o primeiro-ministro, António Costa, onde serão assinados "uma série de acordos em várias áreas".
"É nossa esperança que, nesta reunião, vejamos um aumento no número de investidores, turistas e oportunidades comerciais", afirmou, lembrando que a parceria entre os dois países remonta "aos tempos de Vasco da Gama".