30 jun, 2022 - 15:17 • Susana Madureira Martins
É o adeus de Paulo Mota Pinto à liderança da bancada do PSD. A conferência de imprensa convocada pelo próprio para esta tarde, no Parlamento, serviu para anunciar que não irá manter-se à frente da direção do grupo parlamentar sob a liderança de Luís Montenegro.
Mota Pinto vai convocar eleições antecipadas para a direção da bancada para 12 de julho por ter sido informado pelo presidente eleito, Luís Montenegro, de que pretendia mudar a direção da bancada.
O deputado deixa claro que não sai por sua vontade da chefia da bancada: "Estava disponível, como sempre disse, para exercer o mandato e para colaborar, para me articular, com a direção do partido".
“Fui informado pelo presidente eleito do partido, Luís Montenegro, que pretende mudar a direção do grupo parlamentar e, para isso, que sejam realizadas novas eleições. Não está verificada a segunda condição que indiquei”, afirmou.
A decisão de Mota Pinto, que foi eleito com uns confortáveis 92% dos votos dos deputados social-democratas, é anunciada precisamente na véspera do congresso que irá decorrer durante todo o fim de semana no Porto para a consagração de Montenegro como líder do PSD.
Na calha para suceder a Paulo Mota Pinto na direção do grupo parlamentar está o nome de Joaquim Miranda Sarmento, que coordenou a moção de estratégia que Luís Montenegro leva ao congresso deste fim de semana e que foi, também, um dos homens fortes de Rui Rio, o líder do PSD que agora cessa funções.
Para além de Sarmento, há nomes que não se excluem de uma candidatura à liderança da bancada social-democrata, como é o caso de Ricardo Baptista Leite, atual vice-presidente da bancada, que ainda esta quinta-feira em declarações ao programa Hora da Verdade da Renascença e do Público dizia que faz parte de um grupo de "deputados experientes" que podem assumir funções.
Terá sido uma questão de confiança ou falta dela que levou à não continuidade de Paulo Mota Pinto à frente da bancada. Aliás, na mesma entrevista Baptista Leite já falava disso mesmo, que era essencial o factor "confiança" para Montenegro manter ou não a atual direção parlamentar.
Cai por terra aquilo que o próprio Mota Pinto disse há meses também ao Hora da Verdade, em que dizia sobre a manutenção na liderança parlamentar que "normalmente" não cede a pressões e que se tinha candidatado para um mandato de dois anos.
[notícia atualizada às 19h55]