04 jul, 2022 - 18:12 • Teresa Paula Costa
O novo presidente do PSD, Luís Montenegro, deslocou-se esta segunda-feira a Pedrógão Grande onde teve reuniões com autarcas, bombeiros e forças vivas do concelho.
Perante o que escutou, ficou “assustado”. No final da reunião com os Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande e a Liga de Bombeiros Portugueses, Montenegro revelou que “não estamos ainda tranquilos quanto aos mecanismos de prevenção, com a possibilidade de termos incêndios florestais de grande dimensão”.
“Aquilo que me foi transmitido é que, do ponto de vista do ordenamento florestal, as coisas estão muito mal”, explicou o líder do PSD. “Sobretudo”, continuou, “naquilo que tange às responsabilidades do Estado, e não tanto dos particulares”.
Os relatos levaram Luís Montenegro a admitir estar “um pouco assustado com afirmações que me foram transmitidas”, pois elas revelam que o panorama atual é “igual ou pior do que em 2017”. Por isso, disse lançou "um forte apelo ao Governo para preparar esta época de incêndios”.
Luís Montenegro pediu também ao Governo que defina se a carta de perigosidade relativamente ao risco de incêndio está ou não em vigor.
O social-democrata lamentou que “um ministro diz que não está suspensa, ou seja, está em vigor”, enquanto “temos uma ministra, um primeiro-ministro e um conselho de ministros que dizem que, afinal, parece que está suspensa”.
A situação levou Luís Montenegro a pedir ao primeiro-ministro que “ponha ordem na casa” e “todos os ministros a falar a uma só voz”, pois é importante ter “uma coordenação ministerial que dê confiança às populações e aos autarcas”.
Reafirmando a sua oposição a um referendo à regionalização nesta legislatura, o presidente do PSD disse que é preciso “políticas de coesão territorial”.
Confrontado com alguns comentários que surgiram apelidando de “oportunista” a visita a Pedrógão Grande, o presidente do Partido Social-Democrata deixou o alerta: “àqueles que acham que isso é uma atitude oportunista, habituem-se!” “Porque isto é só o primeiro dia, eu vou fazer isto muitas vezes, pois é isto que o país quer que faça um líder da oposição”, justificou.
“Estou aqui para tratar de assuntos importantes que têm a ver com a vida das pessoas, com o funcionamento das autarquias, das associações humanitárias de bombeiros e com o escrutínio da ação do Governo”, frisou Montenegro.
O périplo por Pedrógão Grande terminou com uma reunião com a Associação das vítimas dos incêndios.