05 jul, 2022 - 19:19 • André Rodrigues
O novo líder do PSD adia a questão da regionalização para a próxima legislatura. Após uma audiência em Belém, esta terça-feira à tarde com o Presidente da República, Luís Montenegro considerou que o Governo não tem condições para avançar com a regionalização e insistiu na rejeição de um referendo em 2024.
Numa breve conferência de imprensa, o presidente social-democrata esclareceu que a posição assumida no final do 40.º Congresso do partido “é não tomar nenhum impulso” em matéria de regionalização.
Montenegro lembrou que “estamos em pleno processo de descentralização de competências, um processo que dura há três anos, que tem sido turbulento e não tem tido resultados positivos”.
“Em três anos, o Governo não foi capaz de consumar a transferência de competências. Como se pode balançar para um projeto de regionalização?”, questiona o líder do PSD que fala de “completa incompetência”.
Questionado a propósito das vozes que, dentro do próprio PSD, não se reveem na posição contra um referendo à regionalização em 2024, Montenegro diz que esta não é a altura adequada para promover essa consulta popular.
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“Não havendo condições para a haver um referendo, não vamos perder tempo a alimentar uma discussão estéril sobre nada”, disse o novo líder social-democrata, que insiste que essa discussão “não é oportuna a meio de um processo de descentralização”. que, em três anos, o Governo não foi capaz de concretizar.
“Não vou participar numa ação política desfocada daquilo que interessa às pessoas”, sublinhou Luís Montenegro que aponta “a prioridade no acesso a cuidados de saúde e um bom arranque do ano letivo” como exemplos do rumo que o partido pretende seguir, olhando “para as famílias, para as empresas e para o crescimento económico”.
Sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, o líder do PSD garante que “oportunamente” e “sem pressas” irá abordar o tema com o primeiro-ministro.
“Mas há uma coisa que tem de ficar clara: a disponibilidade do PSD para dialogar com o PM não elimina a nossa crítica implacável à forma como o Governo tem gerido este dossier… Primeiro pela incompetência de não ter resolvido o problema nos últimos sete anos. Depois por ter desautorizado um ministro que violou os compromissos do Governo com o maior partido da oposição e até com o Presidente da República”, disse.
Noutro plano, Luís Montenegro confirmou a abstenção do PSD na moção de censura que o Chega vai apresentar esta quarta-feira, reservando a justificação dessa decisão para o debate no Parlamento.