06 jul, 2022 - 16:09 • José Pedro Frazão , com redação
O candidato a líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, mantém a sua posição pessoal a favor da solução Portela +1 para o novo aeroporto de Lisboa.
Em declarações ao programa Casa Comum da Renascença, Joaquim Miranda Sarmento assume ser partidário da solução de manutenção do aeroporto da Portela, com a solução complementar situada no Montijo.
“É a minha opinião pessoal e não mudou nos últimos anos: devemos manter a Portela. O Portela + 1 pode ficar em aberto. O mais 1 que faz sentido é o Montijo, mas é discutível se deve ser o Montijo ou Alcochete, como também é discutível quem defende que a Portela deve acabar.”
O novo líder do PSD, Luís Montenegro, promete dar a sua opinião ao primeiro-ministro, mas ainda não revelou a opção do partido.
Joaquim Miranda Sarmento defende que a opção Alcochete é cara e fica demasiado longe de Lisboa.
“Só há duas cidades europeias importantes que têm o seu principal aeroporto tão longe: Milão e Atenas. Para uma cidade de média dimensão, que está no extremo da Europa, ter um aeroporto tão longe, obriga a um investimento nas acessibilidades para que a viagem do aeroporto ao centro da cidade seja relativamente rápida, que eu tenho muitas dúvidas que o país tenha condições do ponto de vista das suas finanças públicas para fazer essas acessibilidades no próximos anos”, sublinha o deputado social-democrata no Casa Comum da Renascença.
O candidato a líder parlamentar do PSD considera que não há problema em Luís Montenegro liderar a oposição sem ter assento na Assembleia da República.
Casa Comum
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Joaquim Miranda Sarmento mostra confiança numa boa articulação entre os deputados e a nova liderança do PSD.
“Seguramente que a articulação será bastante boa e não vejo que isso seja uma restrição ativa sobre o papel do PSD e o papel do grupo parlamentar”, sublinha.
No Casa Comum desta semana, o deputado socialista Porfírio Silva acredita que o caso do ministro Pedro Nuno Santos não irá deixar marcas na gestão do processo do novo aeroporto de Lisboa.
“Foi um episódio bastante dispensável, mas não creio que tenha consequências para a gestão futura desta questão”, sustenta.
O comentador do programa de debate na Renascença diz que os políticos têm que se entender de vez sobre um tema tão complexo.
“O país e quem tem responsabilidades políticas, em particular, tem que ser capaz de montar uma forma de estudo e decisão destes temas que seja racional, transparente, operativo, que dê resultados, em vez de andarmos a atirar pedras uns aos outros. Vamos ficar mais 50 anos a tratar disto? Francamente”, apela Porfírio Silva.
Porfírio Silva diz também que é preciso resolver casos complexos como a regionalização, mas defende que algumas decisões não devem avançar “contra a opinião de metade do país”.
O deputado do PS foi confrontado com a recusa por Luís Montenegro de um referendo à regionalização até ao final da legislatura, quando essa é uma medida que consta no programa do Governo.
“É verdade que a regionalização divide os nossos partidos, PS e PSD, nem toda a gente tem a mesma ideia de fazer ou não fazer ou do mapa definitivo. É um tema complexo, mas temos que arranjar um método para o país tratar e decidir temas complexos. Não tenho a certeza qual é o grau de certeza que Luís Montenegro tem ao querer matar uma reforma dessa natureza. Vamos ver”, sublinha Porfírio Silva.