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Rui Moreira recusa que "centralismo dominante" subjugue a voz do Porto

09 jul, 2022 - 14:07 • Lusa

Presidente da Câmara do Porto sublinha que a sua cidade "também tem de entrar na equação de Portugal".

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O presidente da Câmara do Porto disse este sábado, numa cerimónia de atribuição de medalhas municipais, que "o Porto também tem de entrar na equação de Portugal" e que não aceitará que o "centralismo dominante" subjugue a voz da cidade.

"Não podemos aceitar que o centralismo dominante subjugue a nossa voz. Não seremos cigarras, mas não queremos ser formigas ao serviço de uma voz de comando que não escolhemos, que não nos reconhece, que nos abafe", disse Rui Moreira.

Num discurso no qual citou um dos homenageados, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, o autarca disse que "o Porto que não quer ser capital de nada, mas que exigirá sempre o seu justo quinhão".

"Sabemos que o Porto é, sempre foi, o maior inimigo desse pensamento opressivo, dessa forma de estar, desse "umbiguismo" impenitente. Porque é o Porto, com a sua estrutura social e com a sua proverbial resistência, que impede que Portugal seja uma soma de duas parcelas desiguais: a capital e a província. O Porto também tem de entrar na equação de Portugal", referiu.

Rui Moreira disse que o Porto tem "agora, um desafio gigante", referindo-se à transição energética e fez elogios à "capacidade" da cidade por esta ser, disse, "capaz de atrair talento humano".

"Mas não podemos deixar que nos tolham a nossa liberdade para irmos mais longe e mais depressa. Não podemos aceitar que as insuficiências do Estado central nos afetem e, que este capture os nossos recursos, transferindo ineficiências e desdenhando as nossas capacidades", afirmou.

Segundo o autarca, "o Porto é, seguramente, uma sociedade com mais ideias, com mais escolhas" que recuperou "rapidamente" da "súbita apneia" causada pela pandemia da covid-19.

A câmara do Porto atribuiu este sábado 46 medalhas municipais a personalidades e entidades de várias áreas, entre as quais o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.

Numa cerimónia na Casa do Roseiral, no Palácio de Cristal, Augusto Santos Silva e Isabel Pires de Lima receberam a Medalha de Honra da Cidade das mãos do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do presidente da Assembleia Municipal do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo.

A lista de homenageados foi aprovada por unanimidade em reunião de câmara, a 27 de junho, depois de integrar as sugestões dos vários partidos, conforme foi hoje referido na cerimónia que teve início com um momento musical interpretado pelos alunos da Academia de Música de Costa Cabral.

Desde 2014 que a cerimónia de entrega de medalhas municipais acontece a 9 de julho, uma data simbólica, pois remete para o desembarque do exército libertador que viria pôr fim ao Cerco do Porto, a 9 de julho de 1832.

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