11 jul, 2022 - 19:56 • Tomás Anjinho Chagas
Cristina Rodrigues, atual assessora jurídica do Chega, que foi deputada do PAN até junho de 2020, critica o que considera ser as “portas giratórias” entre cargos políticos e públicos em Portugal.
Um “problema de rotatividade”, identifica Cristina Rodrigues num painel sobre justiça, parte do programa das jornadas parlamentares do Chega, que acontecem esta segunda e terça-feira na Figueira da Foz.
Na primeira vez que fala em público pelo Chega numa iniciativa do partido, a assessora foi uma das convidadas para dissertar sobre as falhas na justiça e na proposta de revisão constitucional que o partido vai apresentar, depois do verão, na Assembleia da República.
A assessora jurídica do Chega explica que a estratégia passa por “criar regras” para que as contratações públicas sejam “mais céleres” e “mais transparentes” e para evitar “o problema de rotatividade entre cargos políticos e depois cargos na administração pública”.
Cristina Rodrigues revela que o partido quer também impor “um período de nojo” para evitar passagens entre cargos públicos, e aponta para a mudança de Mário Centeno diretamente do Ministério das Finanças para o cargo de governador do Banco de Portugal.
Cristina Rodrigues irá prestar apoio ao grupo parl(...)
Sem nunca falar do seu percurso profissional, que passou de deputada do PAN para deputada não-inscrita e depois para assessora jurídica do Chega, Cristina Rodrigues explica que o partido quer criar mecanismos para que “os titulares de cargos políticos ou públicos não possam passar” para organismos que “já foram tutelados por si”.
Um dos objetivos, diz Cristina Rodrigues, é evitar casos que “minam a democracia e a confiança nos políticos”. A assessora do Chega apontou ainda para o caso de Ana Paula Vitorino. A ex-deputada, mulher de Eduardo Cabrita, foi ministra do Mar, esteve no gabinete do secretário de Estado dos Transportes e foi depois nomeada para a Autoridade dos Transportes.
Na área da justiça, Cristina Rodrigues voltou a defender a prisão perpétua, uma das bandeiras do Chega e que deve voltar a ser apresentada como parte da revisão constitucional, em setembro.