11 ago, 2022 - 19:35 • Lusa
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, exigiu a demissão da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, argumentando que as suas declarações sobre a CAP "configuram a absoluta instrumentalização do Estado em favor do PS".
"As declarações da ministra da Agricultura configuram a absoluta instrumentalização do Estado em favor do PS, ou de quem é próximo ou apaniguado do PS, sendo o contrário motivo de perseguição, ou discriminação pela tutela", defendeu Nuno Melo, em comunicado.
Instada hoje pelos jornalistas a responder a críticas dirigidas à tutela pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que disse ser "inexistente" a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e alimentação animal, a ministra devolveu a pergunta.
"É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista", disse a ministra.
Maria do Céu Antunes questionou porque é que "dura(...)
Para o CDS-PP, "independentemente da manifesta falta de capacidade para a função, o que é facto é que com estas declarações, a ministra da Agricultura deixou de ter quaisquer condições de isenção, distanciamento e dimensão de Estado, para poder continuar a ocupar o cargo".
"Em consequência, o CDS reclama a imediata demissão da ministra Maria do Céu Antunes", declarou Nuno Melo.
O líder centrista e eurodeputado sublinhou que "um ministro do governo de Portugal é um ministro da República, não é um representante de qualquer partido político, menos pode decidir em função da filiação ou simpatia partidária".
Para Nuno Melo, "a seca em Portugal é um facto público, notório, extremo, que causa grave impacto na agricultura" e a CAP, "representando mais de metade dos agricultores do país, é pela sua importância e relevância, parceiro social e uma instituição fundamental do setor, reconhecida como tal em Portugal e no estrangeiro".
Na opinião da IL, "uma resposta com este teor é francamente inaceitável, dando a entender que a gestão do Ministério e as políticas definidas, as quais impactam de forma decisiva o setor e os produtores, é decidida em função dos estados de alma da responsável pela pasta e que estes dependem do apoio que as suas associações representativas testemunham, ou não, ao partido socialista".
"A existência de uma maioria absoluta deve ser entendida como uma circunstância que traz, sobretudo, mais responsabilidade ao governo e aos seus ministros e não como veículo de coação para alinhamento das vontades e dos apoios em função dos interesses do partido maioritário. A democracia não se coaduna com a promoção da ideia de que quem não apoia o PS não merece resposta ou acaba mesmo por ser prejudicado e quem apoia é recompensado", criticam.