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Detenção no Bairro Alto

Chega questiona inquérito a agentes da PSP e propõe louvor

16 ago, 2022 - 16:38 • Lusa

O partido de André Ventura propõe “voto de louvor” aos agentes policiais em especial ao que estiveram envolvidos na detenção de um homem no dia 13 de agosto, no Bairro Alto, em Lisboa.

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O Chega questionou esta terça-feira a abertura de um inquérito à atuação da PSP na detenção de um homem em Lisboa, considerando que os agentes agiram “dentro dos limites da força necessária”, e apresentou um voto de louvor.

Na pergunta endereçada ao ministro da Administração Interna (MAI), e à qual a agência Lusa teve acesso, os deputados do Chega defendem que na detenção de um cidadão, no sábado, no Bairro Alto, em Lisboa, foi “notória a ação dos agentes dentro dos limites da força necessária”.

Assim, questionam “qual a razão para que o MAI tenha insistido na abertura de um inquérito”, alegando que passa “uma mensagem pública de reprovação e censura aos referidos agentes e que desautoriza ainda mais as forças policiais”.

“Atendendo a que o cidadão se recusou a identificar-se, resistiu à detenção e representava perigo público na medida em que se encontrava armado e a ameaçar outros cidadãos e inclusivamente os próprios polícias, qual era a atuação por parte destes que o senhor ministro esperava?”, pergunta também o partido de extrema-direita, defendendo que José Luís Carneiro deveria “defender a instituição que tutela”.

Na iniciativa, o Chega considera também que o vídeo que circula nas redes sociais tem “o objetivo claro de denegrir a imagem da PSP”.

Na mesma pergunta dirigida ao ministro José Luís Carneiro, através do parlamento, o Chega quer saber qual “o procedimento que deve ser adotado no caso de perigo iminente para a segurança pública” e “quais as consequências para um agente da polícia que assistindo a uma situação de perigo para os cidadãos opte por não intervir”.

O Grupo Parlamentar do Chega pede ainda números de quantos polícias “ficaram gravemente feridos em serviço e quantos acabaram por falecer” nos últimos cinco anos.

O Chega apresentou ainda na Assembleia da República um voto de louvor aos “inúmeros e impagáveis serviços prestados pelas forças de segurança policial, em especial os agentes envolvidos na detenção de um homem no dia 13 de agosto, no Bairro Alto, pela coragem e pelo sentido de serviço público que demonstraram”.

Na iniciativa, à qual a Lusa teve acesso, o Chega considera que, “apesar do perigo evidente, os agentes em causa, honrando a sua farda, agiram no sentido de proteger os cidadãos e procederam à detenção do homem em questão, usando para tanto a força, que evidente não foi possível evitar”.

Mas apontam que os dois polícias “agiram dentro dos limites da prudência e dos critérios legais da necessidade e proporcionalidade”, mostrando “como devem atuar as forças policiais nestas circunstâncias”.

Na segunda-feira, a PSP anunciou a abertura de um processo de inquérito a uma ocorrência envolvendo dois polícias que “recorreram ao uso da força” na detenção de um cidadão, no sábado, em Lisboa, e no mesmo dia, o ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um processo de inquérito “para apuramento dos factos” relacionados com esta ocorrência.

Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa referiu que uma patrulha foi informada sobre o "comportamento agressivo" de um homem para com pessoas que circulavam no Bairro Alto.

Segundo a nota, o suspeito teve "uma atitude agressiva para os polícias" e recusou identificar-se. O homem foi, entretanto, informado de que iria ser conduzido à esquadra, altura em que, de acordo com a PSP, terá ficado “mais agressivo”, negando acompanhar os polícias.

O cidadão terá tentado escapar e impedir a ação policial “utilizando ferros com intenção de os agredir”.

“Os polícias recorreram ao uso da força, incluindo através de bastão policial e, já manietado, conduziram o suspeito à esquadra, onde foi identificado, tendo saído daquela subunidade pelas 22h00”, pode ler-se na nota.

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