18 ago, 2022 - 13:01 • Ricardo Vieira
O Governo de António “tenta desresponsabilizar-se por aquilo que corre mal” no combate aos incêndios, acusa o presidente do PSD, Luís Montenegro.
Durante uma visita a Ourém, o líder social-democrata mostrou-se “um pouco apreensivo” com a atuação do executivo, que nas falhas no Siresp quer na coordenação das forças no terreno.
“Agora que se aproxima uma época de maior risco devido a onda de calor, há uma certa manobra de distração do ministro da Administração Interna para tentar remeter o problema para o lado científico e do clima, e não da prevenção e dos meios”, afirma Luís Montenegro.
O líder do PSD considera que na Serra da Estrela teria sido benéfico accionar o Mecanismo europeu na semana passada.
Montenegro defende que nos últimos anos “tem falhado a reforma da floresta prometida e algumas ações que visam prevenir e ter meios de combate”, nomeadamente em matéria de meios aéreos.
Comandante nacional de Emergência e Proteção Civil(...)
“Há medidas que só cabem ao poder executivo tomar, que são operacionais, que dizem respeito à ação do Governo e que têm que ser tomadas antes, preventivamente, do pico de calor e da perigosidade e da adversidade que pode fazer com que os incêndios florestais tenham a dimensão que infelizmente alguns têm tido. E desse ponto de vista só há uma entidade a quem se pode assacar responsabilidades: é o Governo e o Governo não pode sacudir as suas responsabilidades”, afirma.
O presidente do PSD pede ao Governo que “não tente distrair as pessoas com questões que, embora importantes, não são o cerne daquilo que hoje importa”.
“Não me agrada nada que nos estejam a tentar vender que estamos num ano atípico, um ano com vagas de calor muito acentuadas. Nós sabemos que isso acontece e já sabíamos isso antes. Não vale a pena andarem-nos a distrair”, sublinha.
Questionado sobre a polémica em torno de Sérgio Monteiro, que acabou por renunciar a um cargo de consultor no Ministério das Finanças, Luís Montenegro considera que o lamento do ministro Fernando Medina não chega.
“Pedimos esclarecimentos, aquilo que obtivemos foi um lamento e o lamento foi insuficiente”, afirmou o líder social-democrata.