04 set, 2022 - 22:47 • Tomás Anjinho Chagas
Margarida Balseiro Lopes, ex-líder da JSD e atual vice-presidente do PSD, e Duarte Marques, antigo deputado, têm uma coisa em comum: foram afastados do Parlamento pela direção de Rui Rio.
Agora voltam a ganhar protagonismo no partido. Margarida Balseiro Lopes é uma das seis pessoas escolhidas por Montenegro para a vice-presidência do partido. Duarte Marques apoiou Montenegro no braço de ferro com Moreira da Silva e agora diz-se “disponível” para servir o partido em qualquer cargo, incluindo o de eurodeputado.
Os dois foram oradores na Universidade de Verão do PSD, que terminou este domingo em Castelo de Vide.
À Renascença, Margarida Balseiro Lopes destaca o “discurso e as ações” de Montenegro que mostram que há uma intenção de “aproveitar todos os talentos do PSD”. Ou seja, não há um ambiente de caça às bruxas com as pessoas que não apoiaram o atual líder, defende Margarida Balseiro Lopes.
A atual vice-presidente elogia um “esforço continuo e diário” feito para “trazer mais mulheres para a atividade política”. Margarida Balseiro Lopes é uma das duas mulheres presentes na recém-eleita direção.
“Não é só porque fica bem. É porque o exercício da atividade política sai beneficiada com as mulheres”, explica a antiga líder da JSD.
Manuela Ferreira Leite foi a única líder mulher do PSD na história do partido, mas questionada sobre quando pode voltar a haver uma mulher no comando, a antiga líder da Juventude Social Democrata reforça que “a liderança do PSD está bem entregue a Luís Montenegro, não só agora, como nos próximos anos”.
“O ar é muito mais respirável. Respira-se mais liberdade” descreve Duarte Marques, que acredita que desde que Montenegro chegou “não há aquela sensação de não podermos dizer isto ou aquilo”.
Foi também afastado por Rui Rio do cargo de deputado nas últimas legislativas, no entanto explica à Renascença que pode ter sido uma saída “em boa hora”. Duarte Marques justifica que “sempre disse que não se deve fazer mais do que dois ou três mandatos” enquanto deputado.
É um regresso à condição que considera ser a sua posição habitual: “militante de base”. O antigo deputado acrescenta que “ao contrário de outras pessoas não sou leal ao PSD dependendo da liderança. Eu nunca saí. Há alguns que vão entrando e saíndo, eu não. “
No entanto, não descarta voltar à política. “Estou disponível para servir o PSD desde uma junta de freguesia até ao Parlamento”. Nessas contas cabe também integrar as listas do PSD às Eleições Europeias em 2024, admite.
Luís Marques Mendes tem sido apontado como um eventual candidato a Belém em 2026. Apesar de já ter negado algumas vezes, o antigo líder do PSD e atual comentador é visto como um potencial sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa, até pelo percurso profissional que tem.
O nome de Carlos Moedas também é falado nos bastidores do PSD como um possível candidato de direita nas próximas presidenciais.
Duarte Marques acredita que tanto um como outro são nomes presidenciáveis. “Claro que são. Qualquer nome desse género é presidenciável. Felizmente o PSD tem muito boa gente. Esses dois fazem parte do roll de candidatos sobre quem não temos medo de dizer que somos do partido deles”.
“São grandes quadros do PSD. São e serão sempre pessoas muito importantes para o partido”, responde Margarida Balseiro Lopes, fugindo à questão.