12 set, 2022 - 23:26 • Lusa
O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusa o primeiro-ministro de se baralhar nas suas “próprias habilidades” nas explicações sobre o aumento das pensões dadas na entrevista à TVI.
O doutor António Costa acho que se baralha nas suas próprias habilidades e não percebe bem o alcance das suas atitudes”, acusou Luís Montenegro à chegada a Mangualde, distrito de Viseu, para uma assembleia distrital do partido.
A chegada à reunião que coincidiu com o final da entrevista do primeiro-ministro à TVI, Montenegro considerou que António Costa “de uma vez só confessou efetivamente um corte de mil milhões de euros” e não só.
“Confessa que efetivamente a lei das pensões que ele e o PS sempre disseram que não necessitava de ser revisitada, de ser revista, porque assegurava para muitas décadas a sustentabilidade da Segurança Social, consegue dizer que foi alterada”, justificou.
Ou seja, continuou: “De uma forma dissimulada foi isso que o doutor António Costa disse: vamos alterar a lei de atualização das pensões em Portugal".
António Costa
Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro garante, (...)
O líder social-democrata alegou que o Governo dá um suplemento aos pensionistas em outubro que é "a parte que era devida no próximo ano, do aumento legal das pensões", e que ainda por cima é "de uma injustiça gritante”.
Segundo as contas feitas por Luís Montenegro, o Governo quer “dar 2.500 euros a um pensionista que ganha 5.000 euros, ao mesmo tempo que dá 150 [euros] a um que ganha 300 [euros], 200 [euros] a um que ganha 400 [euros], 250 [euros] a um que ganhe 500 euros”.
Montenegro disse não aceitar que que o Governo de Portugal possa, "numa altura de grande dificuldade" dar aumentos maiores aos que têm pensões mais elevadas, o que é de “uma insensibilidade, de uma insensatez” e "mesmo de um desnorte".
“Em todo o caso, das suas tentativas, resultaram algumas conclusões, a primeira das quais é importantíssima, é que o doutor António Costa confessou que há um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões a aplicar em 2023 com todos os reflexos que isso tem nos anos subsequentes”, sustentou.
Segundo Luís Montenegro, o chefe do Governo, “não o querendo dizer desta maneira, acabou por anunciar que os aumentos previstos nas pensões de 2023 consagram a necessidade de promover mais sustentabilidade na Segurança Social e, ao mesmo tempo, disse que o adicional que vai ser pago agora no mês de outubro, era um suplemento extraordinário”.