12 set, 2022 - 21:16 • Susana Madureira Martins , André Rodrigues
O primeiro-ministro, António Costa, deixa em aberto a possibilidade de uma eventual taxação de lucros extraordinários das empresas.
“Estamos a analisar”, respondeu António Costa, quando questionado na TVI sobre essa possibilidade.
"Não excluímos nem decidimos", "estamos a analisar", "se se justificar haverá medidas e se não se justificar não haverá medidas", sublinhou o primeiro-ministro.
Noutro plano, António Costa admite apoios ao crédito à habitação, no quadro da subida das taxas de juro.
Sobre as pensões, António Costa recusa que os reformados venham a receber menos do que os trabalhadores ativos que irão receber 125 euros de apoio. O primeiro-ministro argumenta que o bónus de meia-pensão é um "suplemento extraordinário" que os pensionistas da Segurança Social irão receber a partir de 8 de outubro e os da Caixa Geral de Aposentações a 15 de outubro.
Logo no início da entrevista, o jornalista Pedro Santos Guerreiro interpelou Costa sobre a existência de um "truque" no apoio aos pensionistas, tendo em conta a perda de valor na pensão de 2024. Costa despachou que "não há truque nenhum, nem de retórica, nem de coisa nenhuma.
“Eu fui muito claro: o que eu disse é que, entre o suplemento extraordinário [um suplemento equivalente a meia pensão paga em outubro] e o montante que propusemos à Assembleia da República que seja o aumento para o próximo ano, garantimos que, até final de 2023, os pensionistas recuperarão o poder de compra perdido para a inflação este ano”, afirmou.
O primeiro-ministro recusa, entretanto, a adiantar o aumento de pensões em 2024. "Não me vou pôr a neste momento a discutir qual vai ser o aumento" nesse ano, garantindo que até ao final de 2023, os pensionistas recuperarão o poder de compra".
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Em relação à Função Pública, António Costa diz que os aumentos salariais não acompanham a subida de inflação automaticamente. O primeiro-ministro estima uma inflação de 7,4%, mas salienta que os "funcionários públicos não vão ter aumento de 7,4%".
E sobre a inflação, Costa explica que está a trabalhar num cenário de inflação a 2% e que essa é "a referência" para os aumentos dos funcionários públicos, insistindo que esta matéria está "sujeita à negociação coletiva".
António Costa diz, também, que o Governo está a estudar a adoção de medidas para conter o aumento da prestação dos créditos à habitação, por via da subida dos juros.
"É provável que venha a haver", diz o primeiro-ministro que acrescenta que o Governo "está a analisar" as possibilidades que melhor se adequam à situação.
Desde as moratórias - tal como na pandemia -, à renegociação dos créditos ou, mesmo, a dedução dos juros no IRS.
Questionado sobre medidas de apoio às empresas, António Costa remete para o próximo dia 15: "Quinta-feira saberemos".
Sobre o novo aeroporto para a região de Lisboa, Costa saúda o "diálogo sereno" que tem tido com Luís Montengro, admitindo que estará para breve um acordo com o PSD.
O chefe do Governo confirma que será feita a avaliação ambiental estratégica sobre todas as localizações negociadas com Luís Montenegro e garante que a localização do novo aeroporto estará decidida até ao final de 2023.