13 set, 2022 - 20:30 • Tomás Anjinho Chagas
“Camaradas e camarades!”, foi assim que Yves Cruchten, líder parlamentar do Partido Socialista dos Trabalhadores do Luxemburgo, se dirigiu aos deputados do PS.
Os deputados luxemburgueses do LSAP (Lëtzebuerger Sozialistesch Aarbechterpartei) estiveram esta semana em Leiria a convite do PS a fazer as jornadas parlamentares. No seu discurso, elogiou a forma como António Costa percebe os problemas da população, “que são os mesmos problemas das pessoas no Luxemburgo”.
No discurso aos 120 deputados do PS, Yves Cruchten elogiou a vitória “prestigiosa” do PS e afirmou que a “solução socialista” deve ser transportada de Portugal para a Europa. As palavras animaram a plateia, e o líder do Partido Socialista do Luxemburgo usou-se das metáforas do futebol para sublinhar os “laços fortes” entre Portugal e Luxemburgo, e assim cativar os parlamentares socialistas portugueses.
“Toda a gente se sente perto de Portugal. Vocês devem saber que na nossa Seleção de futebol, ainda que não seja tão prestigiosa como a vossa, apesar de estarmos a trabalhar para isso (diz com boa disposição), um terço dos jogadores são imigrantes portugueses”, constata Yves Cruchten.
A convicção nos genes é tão forte, que o líder parlamentar socialista luxemburguês acredita que as duas seleções podem vir a encontrar-se “dentro dos próximos anos”. E como demonstração da sua crença, Yves Cruchten entregou uma camisola da seleção do Luxemburgo a António Costa.
Aos olhos do líder do LSAP, António Costa é um “exemplo” para todos os socialistas na Europa. Yves Cruchten jutifica-o pela forma como “percebe os problemas das pessoas” e como, dessa forma, estanca o crescimento da extrema-direita.
“Ele tem as qualidades de um líder que as pessoas devem procurar”, define o deputado luxemburguês em entrevista à Renascença. E pode ser um líder na Europa? “Apesar de ser mais discreto, ele já é um dos líderes na Europa”, descreve.
E de forma mais concreta, pode ser líder da Comissão Europeia ou do Conselho Europeu? “Why not?” responde Yves Cruchten, que acrescenta que não sabe “se ele tem essa ambição”, mas desfaz as dúvidas: “Não sei se tem a ambição, mas tem certamente o carisma e a capacidade de perceber o que as pessoas precisam”.
É um dos temas que tem sido discutido nos últimos dias, e que Carlos César, presidente do PS, catapultou: Devem os lucros inesperados ser taxados de forma a promover uma maior justiça social?
“É inevitável que aqueles que fazem lucros excessivos a partir da miséria das pessoas tenham de pagar a sua parte justa. Isso é tudo aquilo que é ser socialista”, dispara o líder da bancada socialista no Luxemburgo.
Essa é, para Yve Cruchtens, a “segunda melhor opção”, sendo que a primeira medida para salvaguardar as famílias seria limitar os preços. Se isso é impossível, defende o parlamentar luxemburguês, taxar os lucros inesperados é a “opção que devíamos tomar, defenitivamente”.