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Parlamento debate programa de emergência social do PSD. Pensões devem marcar discussão

15 set, 2022 - 08:19 • Lusa

O PSD tem acusado o Governo de iludir os pensionistas e de fazer "um corte de mil milhões de euros" no sistema de pensões - uma vez que a base de cálculo para os aumentos a partir de 2024 poderá ser menor -, com o primeiro-ministro, António Costa, a rejeitar qualquer truque e a justificar a solução encontrada com a necessidade de manter a sustentabilidade da Segurança Social.

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A Assembleia da República debate esta quinta-feira o programa de emergência social do PSD, um pacote de medidas para combater a inflação que os sociais-democratas estimam rondar os 1,5 mil milhões de euros.

O programa de emergência social do PSD foi anunciado, em linhas gerais, a meio de agosto pelo presidente do partido, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, e concretizado no início de setembro em forma de projeto de resolução - uma recomendação ao Governo sem força de lei.

As propostas de apoio a famílias e empresas do PSD foram apresentadas três dias antes do anúncio do pacote de inflação do Governo - que o executivo contabilizou em 2,4 mil milhões de euros - e incluem uma redução do IVA da energia para a taxa mínima (6%), a vigorar pelo menos durante seis meses.

Neste programa, os sociais-democratas recomendam ao Governo que, entre setembro e até ao final do ano, atribua um vale alimentar no valor de 40 euros por mês a todos os pensionistas e reformados que recebam até 1.108 euros e a todos os cidadãos em vida ativa que tenham rendimentos até ao terceiro escalão de IRS, proposta que o PS classificou de "caridadezinha e paternalismo".

Pensões no centro do debate

A questão das pensões deverá estar hoje no centro do debate, já que o PSD tem contestado a solução do Governo para os reformados, que passa pela atribuição aos pensionistas de um suplemento extraordinário equivalente a meia pensão, pago em outubro, e por aumentos em 2023 entre os 3,53 e os 4,43%, inferiores ao previsto segundo a fórmula de cálculo em vigor.

O PSD tem acusado o Governo de iludir os pensionistas e de fazer "um corte de mil milhões de euros" no sistema de pensões - uma vez que a base de cálculo para os aumentos a partir de 2024 poderá ser menor -, com o primeiro-ministro, António Costa, a rejeitar qualquer truque e a justificar a solução encontrada com a necessidade de manter a sustentabilidade da Segurança Social.

Os sociais-democratas pretendiam "arrastar" para o debate de hoje um pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que contém o suplemento extraordinário das pensões, mas tal não foi aceite em conferência de líderes.

O próprio Regimento da Assembleia da República impede o arrastamento de apreciações parlamentares, instrumento parlamentar de fiscalização do Governo que segue regras próprias.

Assim, será apenas debatido o programa de emergência social dos sociais-democratas que pretende ainda a redução do IRS no quarto, quinto e sexto escalões, medida orçamentada em 200 milhões de euros, e a atribuição de dez euros adicionais por mês a todas as crianças e jovens que recebem o abono de família.

Outras recomendações do PSD ao Governo passam pela criação de linhas de apoio financeiros para as Pequenas e médias empresas (PME) e IPSS no valor de 250 milhões de euros, mais apoios na eletricidade "verde" e descontos no gasóleo para as empresas de produção agroalimentar, bem como a criação imediata de um Programa Extraordinário de Incentivo à Poupança Energética por consumidores domésticos e industriais.

O debate tem uma duração prevista de pouco mais de duas horas, com trinta minutos previstos para o Governo.

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