21 set, 2022 - 18:34 • Tomás Anjinho Chagas
“O ministro da Economia diz uma coisa, o ministro das Finanças diz outra. E como de costume, o primeiro-ministro não diz nada, ou diz tarde”. Sem rodeios, é assim que Joaquim Miranda Sarmento, líder parlamentar do PSD, descreve o episódio de desautorização entre Fernando Medina e António Costa Silva.
Depois de o ministro da Economia, António Costa Silva, ter defendido uma “redução transversal” do IRC, o ministro das Finanças, Fernando Medina, veio hoje emendar, dizendo que “não me parece adequado estar antecipar esta ou aquela posição”.
O travão das Finanças ao ministro da Economia é, aos olhos do PSD, mais um sinal de “desautorização” entre membros do executivo. Em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, o líder da bancada social-democrata sublinha que “não há matéria em que o Governo não mostre uma total descoordenação”.
Joaquim Miranda Sarmento esclarece: “faz todo o sentido que haja uma redução da carga fiscal das empresas” e lembra que “foi o Dr. António Costa, quando chegou à liderança do PS, que agravou a tributação em sede de IRC”.
Por isso, o líder da bancada parlamentar do PSD pede que o Governo esclareça qual é a sua posição quanto a uma eventual baixa de impostos às empresas.
“Nós não sabemos sequer se o Governo quer reduzir alguma coisa”, atira Miranda Sarmento, que lembra que o PSD “não mudou de posição”, e pede ao executivo que “se entenda entre si e que os ministros se entendam entre si”, desafia.
Depois deste episódio, que não é o primeiro desde que o ministro da Economia tomou posse, no final de março, o PSD considera que a autoridade política de António Costa Silva está “fortemente reduzida”.
“De facto, o ministro da Economia, que é uma pessoa bem intencionada e bem formada, tem tido um conjunto de desautorizações”, lembra Joaquim Miranda Sarmento em declarações aos jornalistas em declarações, à margem do primeiro encontro interparlamentar do PSD, nos Açores.
O líder da bancada social-democrata coloca o ónus de medir o impacto desta desautorização no Primeiro-Ministro: “A autoridade do Ministro da Economia está fortemente reduzida, mas só o Sr. primeiro-ministro pode confirmar se ela de facto foi ferida”.