27 set, 2022 - 14:50 • Lusa
O presidente do PSD rejeitou hoje que tenha colaborado com "um novo adiamento" do futuro aeroporto ao acordar com o Governo uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que demorará um ano, insistindo que este "não é mais um estudo".
No final de uma audiência com o presidente da Liga dos Bombeiros, na sede nacional do PSD, Luís Montenegro foi questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que anunciou que na quinta-feira o Conselho de Ministros vai aprovar uma resolução que definirá a metodologia para a realização e prazo da AAE e a proposta de lei que vai permitir ao parlamento alterar as competências dos municípios em aeródromos de interesse nacional.
"Esta alteração à lei não foi motivo das nossas conversas, aguardaremos a apresentação da proposta de lei no parlamento, sendo certo que tem desfecho pré-anunciado, já que o PS tem maioria absoluta", afirmou o líder social-democrata, questionado se esta alteração legislativa terá o acordo do PSD.
Luís Montenegro quis aproveitar para "clarificar de forma elucidativa e pedagógica" que, ao contrário do que tem ouvido e lido, a convergência alcançada entre Governo e PSD quanto à metodologia sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa "não é mais um adiamento de um ano para realizar mais um estudo".
“Verifiquei sempre da parte do líder do maior part(...)
“Este não é mais um estudo, este é o único estudo que ainda não foi feito. A AAE é uma imposição das regras europeias e é a primeira vez que se vai fazer”, disse.
"Não estamos aqui a colaborar com mais um adiamento e a resolver um problema. O PSD ajudou o Governo a resolver um problema que não resolveu durante anos", acrescentou.
Confrontado com as declarações de António Costa que hoje admitiu que se não houver acordo o Governo decidirá -- "é a vida", afirmou -, Montenegro manifestou concordância, dizendo que sempre foi essa a posição do PSD.
"Eu até sou mais veemente que o primeiro-ministro: eu disse sempre que é ao Governo que cabe decidir, mesmo que haja convergência será o Governo a decidir, eu não decidirei pelo Governo", reiterou.
No entanto, salientou ser importante que todos "façam um esforço" para que haja um acordo político alargado numa matéria de interesse nacional.
"Como tenciono apresentar-me a votos e ser primeiro-ministro, tenho todo o interesse em colaborar em decisões que vão ultrapassar a legislatura", assegurou.
Questionado como vê as declarações do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que tem exigido um lugar à mesa nas negociações, o presidente do PSD considerou lógico que "todas as autarquias envolvidas, à cabeça das quais Lisboa, têm de ser envolvidas no processo".
"Vai haver uma comissão de acompanhamento, que acompanhará os trabalhos do grupo mais executivo, onde os presidentes de câmara terão assento, e o presidente de Câmara de Lisboa também", disse.