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CDS questiona Bruxelas sobre verbas a empresa de marido de ministra

28 set, 2022 - 16:37 • Lusa

Em causa estão verbas do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural.

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O eurodeputado e líder do CDS, Nuno Melo, questionou hoje a Comissão Europeia sobre a eventual ilegalidade da atribuição de verbas do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) a empresas do marido da ministra da Coesão.

"Não considera que a situação descrita configura um conflito de interesses e, por isso mesmo, a existência de uma ilegalidade e incompatibilidade?", pergunta o eurodeputado ao executivo comunitário.

Nuno Melo, que questiona a Comissão Europeia sobre se tem conhecimento da situação hoje noticiada pelo Observador, sublinha que Bruxelas anunciou uma política de ""tolerância zero" em relação à fraude e às desconformidades na utilização dos fundos europeus por parte dos 27 Estados-membros.

De acordo com o Observador, a Thermalvet, detida a 40% pelo marido de Ana Abrunhosa, recebeu 133 mil euros de um total de 303.275 euros, o que corresponde a mais de um terço dos fundos comunitários recebidos pelo país. Esta empresa foi fundada em outubro de 2020, 15 dias antes do arranque do projeto.

Já a Xiapu, empresa que conta com uma participação indireta do conjugue da ministra, recebeu 66.015 euros no quadro do programa Compete 2020.

A ministra da Coesão, que tutela as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) - responsáveis pela gestão dos fundos comunitários - alega que pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR), que não conclui a existência de conflitos de interesses, nem ilegalidades. Contudo, a PGR alerta também no parecer para a "obscuridade da lei".

O FEADER financia a contribuição da UE para os programas de desenvolvimento rural em matéria de aumento da competitividade da agricultura, gestão sustentável dos recursos naturais e ações no domínio do clima e do desenvolvimento territorial equilibrado das economias e comunidades rurais.

Os programas são elaborados a nível nacional ou regional e devem prosseguir metas específicas relacionadas com os objetivos de desenvolvimento rural da UE.

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