01 out, 2022 - 15:47 • Manuela Pires
O fundador da ONG Safeguard Defenders, que denunciou a existência em Portugal de três esquadras informais da polícia chinesa, é o convidado das jornadas parlamentares da Iniciativa Liberal que decorrem esta segunda e terça-feira em Coimbra.
O sueco Peter Dahlin vai participar no jantar de segunda-feira onde fará uma intervenção sobre os riscos geoestratégicos da política internacional do regime do Partido Comunista Chinês.
Na passada quinta-feira, Joao Cotrim Figueiredo questionou o primeiro-ministro, no debate na assembleia da república, sobre o relatório desta ONG que dá conta que "há duas municipalidades chinesas, que possivelmente não são as únicas, que instalaram dezenas de esquadras informais de polícia em vários países do mundo para monitorizar, investigar, e repatriar, sob coação, cidadãos de origem chinesa residentes nesses países".
Em Portugal, segundo o presidente da Iniciativa Liberal, haverá três: em Lisboa, no Porto e na Madeira. "Há indícios que estas esquadras se articulam com a rede do designado departamento frente unida do Partido Comunista Chinês", disse.
O deputado perguntou a António Costa se tinha conhecimento desta situação. O primeiro-ministro disse que não a sugeriu a Cotrim Figueiredo que informasse a Procuradoria-Geral da República desses relatos.
Segundo uma nota da Iniciativa Liberal enviada à Renascença, a Safeguard Defenders é uma ONG especializada na defesa do Estado de Direito e dos direitos humanos, especialmente focada na China e no sudoeste asiático.
Em declarações à Renascença, Peter Dahlin já se disponibilizou a colaborar com as autoridades portuguesas para "descortinar" alegadas "esquadras chinesas" ilegais.
A Iniciativa Liberal justifica a escolha de Peter Dahlin para as jornadas parlamentares do partido, dizendo que os liberais “ estarão sempre na linha da frente da denúncia de regimes autocráticos, sobretudo quando mantêm relações com o Estado português, e é por essa razão que Peter Dahlin estará nas Jornadas Parlamentares da Iniciativa Liberal” lê--se na nota enviada à Renascença.