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O que foi feito na TAP "foi um crime político e financeiro", acusa Montenegro

01 out, 2022 - 20:27 • Lusa

Para o líder do PSD, o processo de renacionalização iniciado pelo primeiro Governo de António Costa deveria estar assente em "decisões estratégicas". O anúncio recente por parte do primeiro-ministro de querer que a privatização daquela companhia aérea ocorra nos próximos doze meses "não pode passar incólume", vincou.

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou este sábado que o que foi feito na TAP "foi um crime político e financeiro", considerando que a vontade do Governo de privatizar a companhia não pode passar incólume.

"Aquilo que foi feito na TAP foi um crime político. Foi um crime político e financeiro, que tem custos", disse Luís Montenegro, que discursava no final da Convenção Autárquica Distrital do PSD de Coimbra, que decorreu em Montemor-o-Velho. .

Para o líder social-democrata, os cidadãos devem olhar para este caso "e tirar ilações na perspetiva da gestão de recursos públicos" e das consequências das decisões "que os governantes tomam".

Segundo Luís Montenegro, o processo de renacionalização iniciado pelo primeiro Governo de António Costa deveria estar assente em "decisões estratégicas".

"Diziam-nos que a TAP era estratégica, que a TAP tinha de estar nas mãos do Estado, porque não podíamos deixar de ter uma companhia de bandeira".

O anúncio recente por parte do primeiro-ministro de querer que a privatização daquela companhia aérea ocorra nos próximos doze meses "não pode passar incólume", vincou Luís Montenegro.

Luís Montenegro recordou que em 2016 o Governo "herdou uma TAP com a maioria do capital nas mãos de privados" e em processo de privatização, tendo optado depois por seguir pela via da renacionalização.

"Esta decisão não foi imposta por ninguém. Não houve Comissão Europeia que a impusesse. Foi uma escolha em que estas pessoas entendiam que o interesse público iria ser melhor acautelado e servido. Não faço juízo da intenção, mas faço o escrutínio das escolhas", frisou, asseverando que o Governo optou por renacionalizar a TAP "por vontade própria, por opção estratégica".

Luís Montenegro apontou ainda para os mais de três mil milhões de euros de ajuda do Estado à TAP na sequência da pandemia.

"Depois de terem injetado tanto capital, afinal já acham que a saída é reprivatizar a TAP? Mas esta gente anda a brincar à governação? Anda a brincar com o nosso dinheiro? Estes três mil milhões serviam, por exemplo, para que não houvesse cortes de pensões durante, pelo menos três anos", vincou.

Durante a sua intervenção de mais de meia hora, Luís Montenegro criticou ainda o processo de descentralização, o bloqueio à audição de ministros no Parlamento por parte da bancada socialista, ou o adiamento "de decisões estruturantes".

"As escolhas têm consequências. Estamos a empobrecer mais hoje em Portugal pelas escolhas que o senhor António Costa e o PS fizeram nos últimos anos", salientou.

Comentários
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  • Americo
    02 out, 2022 Leiria 16:39
    Boa tarde. Sem dúvida..............
  • Cidadao
    02 out, 2022 Lisboa 11:26
    Em termos de Oposição, o PSD de Montenegro nada tem a ver com o PSD amorfo e inofensivo do indolente Rui Rio que era mais um "ajudante" que um opositor ao PS e a Costa. Mas para merecer a escolha do eleitorado, não basta ser um crítico, tem de aparecer com uma mensagem clara e uma verdadeira alternativa de governo, o que diga-se de passagem nem deve ser difícil uma vez que o governo PS já mostrou que não tem ideias e navega à vista, sem qualquer plano ou visão de fundo. E convém ser essa alternativa e mostrar-se como tal, logo que possível: é pouco provável que esta Legislatura chegue ao fim, seja porque Costa abala para outros pastos mais verdejantes e compensadores em Bruxelas, seja porque Marcelo imita Jorge Sampaio e farto da arrogância, da falta de planificação e das sucessivas trapalhadas do PS, considera que "a atual Maioria já não traduz o sentir da população" e demite o governo, dissolve a AR e convoca Legislativas antecipadas. Aí o PSD deve estar preparado com uma alternativa clara, para liquidar à partida as torrentes de retórica circular e propaganda de vitimização que o PS vai lançar.

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