05 out, 2022 - 14:00 • Tomás Anjinho Chagas
Foi a primeira vez que António Costa foi confrontado com o caso do Ministro da Saúde, que ainda é sócio-gerente de uma empresa na área que tutela. O primeiro-ministro acredita que “estamos a abusar da palavra casos”, e garante que já está a ser feito o “ajustamento” para acabar com o conflito de interesses.
“Estamos a abusar da palavra casos. Uma pessoa que tem a sua atividade e um dia vem para o Governo, tem de deixar de exercer um conjunto de atividades”, desvaloriza António Costa, que depois deu vários exemplos.
“As pessoas com contrato de trabalho, de um dia para o outro deixam esse contrato. Há pessoas que são deputadas e, de um dia para o outro, deixam de ser deputadas”, simplifica o chefe de Governo, à margem das cerimónias do 5 de outubro, na Câmara Municipal de Lisboa.
Do abstrato para o concreto, Costa sublinha que no caso de Manuel Pizarro, “quem tem uma sociedade comercial, precisa de uma ou duas semanas para fazer o ajustamento, como o Ministro da Saúde já anunciou que o vai fazer”.
Após a insistência dos jornalistas, o primeiro-ministro foi mais taxativo: “Não, não é um caso. É um problema que acontece naturalmente a qualquer pessoa que exerce uma atividade privada e tem de deixar de exercê-la”.
O chefe de Governo acrescenta que os timings são diferentes consoante a atividade profissional em causa. “Há umas que se pode fazer num minuto, há outras que leva duas semanas”. E sentencia que este tema “não fragiliza” o novo Ministro da Saúde.