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Após apoio ao "lay-off" na pandemia, Costa quer um "lay-on" para responder à inflação

06 out, 2022 - 13:31 • Redação com Lusa

O primeiro-ministro falou aos jornalista na chegada à Chéquia, onde no Castelo de Praga ocorre hoje a primeira reunião da recém-formada Comunidade Política Europeia, com os 27 líderes da União Europeia e de 17 outros países a discutirem a segurança e paz no continente europeu.

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O primeiro-ministro, António Costa, fez esta quinta-feira votos, à chegada a Praga, para a cimeira inaugural da Comunidade Política Europeia, que a Europa responda à crise da inflação utilizando os ensinamentos das medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19.

Aos jornalistas, Costa disse que a Europa “deve reter sempre as boas lições e as boas experiências”. “Provámos bem no Covid, porque não havemos de fazer agora”, avançou.

O primeiro-ministro deu o exemplo do apoio comunitário dado ao 'lay-off' das empresas, porque, nessa altura, o sinal que se devia dar era de que seria necessário ficar em casa.

Agora, é o contrário, aponta Costa. É necessário um 'lay-on', ou seja, apoios aos empresários para que face ao aumento de custos possam manter os negócios abertos e evitar despedimentos.

Numa altura de crise provocada pela guerra, o líder do governo português aponta como uma das soluções para ultrapassar os problemas a dívida comum.

“Há várias formas, a dívida comum já mostrou ser uma boa solução. É sabido que há limitações constitucionais em alguns estados para que esse possa ser um recursos permanente. Mas está por demonstrar que não haja entre os recursos disponíveis, não haja capacidade, para lançar um primeiro pacote de medidas.

O primeiro-ministro quer ainda que esta iniciativa, a Comunidade Política Europeia, tenha “sucesso”, dado os desafios globais atuais exigirem respostas globais “o mais reforçadas possíveis”.

“Esta é a primeira cimeira da Comunidade Política Europeia. Acho que vai ser uma importante experiência, para ver se este formato mais alargado a outras ‘Europas’ para além da União Europeia tem sucesso. Era muito importante que tivesse, visto que grande parte dos problemas globais que enfrentamos – pela paz, alterações climáticas, crise energética – requerem respostas globais o mais reforçadas possíveis, que transcendem a UE”, disse.

“Vamos ver, é uma primeira experiência, espero que corra muito bem”, acrescentou o primeiro-ministro, à chegada ao Castelo de Praga, palco da primeira reunião da recém-formada Comunidade Política Europeia, que junta hoje na capital checa 44 chefes de Estado e de Governo do continente europeu.

Questionado sobre se esta cimeira isola a Rússia, António Costa sublinhou que “a Rússia isolou-se a si própria pela forma como, em clara violação do direito internacional, desencadeou uma guerra ilegítima, brutal, desumana, como a tem vindo a conduzir ainda por cima, contra a Ucrânia e o seu povo”.

Relativamente às expectativas para a reunião de hoje, apontou que a mesma “não visa tirar conclusões, não visa tirar resultados práticos”, sendo antes o seu objetivo “ser um fórum alargado”, para “procurar articular politicas que devem ser convergentes, tendo em vista poder ultrapassar em conjunto uma crise que é global”.

O Castelo de Praga recebe hoje a primeira reunião da recém-formada Comunidade Política Europeia, com os 27 líderes da União Europeia e de 17 outros países a discutirem a segurança e paz no continente europeu, num contexto de guerra.

A reunião da Comunidade Política Europeia, que contará com uma intervenção, por videoconferência, do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, juntará assim 44 chefes de Estado ou de Governo da Europa, sublinhando o isolamento da Rússia, face à agressão militar à Ucrânia lançada em fevereiro passado.

Este fórum resulta de uma ideia lançada em maio passado – já com a agressão militar russa à Ucrânia em curso – pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e ‘abraçada’ pelo presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel.

Além dos 27 Estados-membros da União Europeia, participam neste fórum seis países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Macedónia do Norte, Kosovo, Sérvia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro), os países do trio associado que recentemente pediram a adesão à UE (Geórgia, Moldávia, Ucrânia), Arménia e Azerbaijão, bem como os quatro países da EFTA, a Associação Europeia do Comércio Livre (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein) e ainda o Reino Unido e a Turquia, representados em Praga pela primeira-ministra britânica, Liz Truss, e pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Depois de uma sessão plenária com a participação dos 44 chefes de Estado e ou de Governo europeus, de cerca de uma hora, durante a qual apenas alguns líderes discursarão, haverá lugar a quatro mesas redondas para debates sobre temas como a paz e a segurança, a situação económica, a energia e o clima, e a migração e a mobilidade, tendo António Costa revelado que participará numa mesa redonda sobre energia e economia.

A seguir às mesas redondas, está reservado um espaço para reuniões bilaterais entre os líderes, terminando os trabalhos da primeira reunião da Comunidade Política Europeia com uma nova sessão plenária, durante um jantar de trabalho no Castelo de Praga, não estando prevista a adoção de qualquer conclusão formal escrita.

Esta reunião antecede um Conselho europeu informal dos chefes de Estado e de Governo da UE, na sexta-feira, no qual os 27 irão debater também o apoio financeiro e militar a Kiev, mas sobretudo a resposta à escalada dos preços da energia.

Pela Ucrânia, Zelensky participará por videoconferência – tanto hoje como na cimeira informal da UE de sexta -, mas o primeiro-ministro, Denis Shmyhal, estará fisicamente presente no encontro da Comunidade Política Europeia, numa reunião que despertou forte interesse da comunicação social internacional, estando acreditados 1.200 jornalistas.

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