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Marques Mendes defende Marcelo. "Teve um momento infeliz e uma declaração infeliz"

16 out, 2022 - 23:19 • Diogo Camilo

Comentador político diz que o Presidente da República fez bem em vir pedir desculpas publicamente após as declarações sobre o número de denúncias de abusos sexuais na igreja. Considera que uma parte do Orçamento "não é feita a pensar nos portugueses" e a outra "tenta agradar a toda a gente".

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O comentador político Marques Mendes considera que Marcelo Rebelo de Sousa teve um “dia infeliz” quando disse esta terça-feira que o número de denúncias de abusos sexuais na igreja "não era particularmente elevado".

No seu espaço habitual de comentário, na SIC, o ex-líder do PSD lembrou que o Presidente da República é um “combatente dos direitos sociais” e que fez bem e vir pedir desculpas publicamente, considerando-o um gesto de humildade que “não é habitual num político”.

“Terça-feira passada foi um dia infeliz para o Presidente da República. Teve um momento infeliz e uma declaração infeliz. Toda a gente o reconheceu. Incluindo o próprio. Não devia ter acontecido, mas aconteceu. Será que o Presidente da República tinha intenção de desvalorizar os casos de abusos sexuais na Igreja? Eu, sinceramente, acho que não”, disse Marques Mendes.

O comentador entende que este é um assunto que “não pode nunca ser desvalorizado” e que um caso de pedofilia na Igreja “é ainda mais grave”.

Sobre a proposta de Orçamento de Estado para 2023, Marques Mendes considerou que este OE “tem duas partes distintas”: “A primeira, a parte financeira, não é feita a pensar nos portugueses, mas sim a pensar nos mercados financeiros. É a parte da forte redução do défice e da dívida. Aqui, António Costa e Medina parecem Passos Coelho”, diz inicialmente.

“Na outra parte do OE, essa virada para o país, o Governo tenta fazer a quadratura do círculo. Tenta agradar a toda a gente. Sem grande sucesso. No plano social, é um OE desigual. Faz um esforço para proteger os mais pobres. Mas desprotege dois sectores que o PS mais apoiou nos seus primeiros anos de governo: funcionários públicos e pensionistas”, acrescenta depois.

Marques Mendes refere ainda que, no plano económico, o OE é “irrealista nas metas e mais do mesmo nas políticas”, considerando que “não há um objetivo mobilizador” ou uma “esperança para o futuro”

Sobre as alegadas incompatibilidades do Governo de António Costa, Marques Mendes refere que Marcelo fez bem em pedir à Assembleia da República que volte a debater a lei.

“Há nestas matérias um brutal clima de hipocrisia entre os partidos. Quando estão na oposição defendem a maior transparência do mundo. Tudo tem de ser transparente, é o que dizem. Quando chegam ao Governo, acham logo absurdas todas as leis de transparência que antes aprovaram. É o cúmulo da hipocrisia”, refere, indicando que a lei “pode ser sempre melhorada”.

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