05 nov, 2022 - 18:15 • Redação
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, respondeu às preocupações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a execução de fundos europeus, garantindo que as mesmas "são também as preocupações do Governo".
Esta manhã, durante uma cerimónia no concelho da Trofa, o Presidente da República pressionou diretamente a ministra da Coesão Territorial para que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) sejam bem aplicadas.
"Verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que deve ser", começou por avisar Marcelo Rebelo de Sousa.
"Nesse caso, eu não lhe perdoo e há milhares de testemunhas daquilo que estou a dizer hoje. Espero que esse dia nunce chegue, mas estarei atento para o caso de chegar", sublinhou o chefe de Estado.
Fundos europeus
Presidente da República pressionou diretamente a m(...)
Já esta tarde, Ana Abrunhosa lembrou que estava ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa quando as declarações foram proferidas afirmou que esta é “uma oportunidade única” que deve ser bem executada.
“Já estamos a gastar e a investir por conta do Portugal 2030. Até agora todas as metas e pedidos de pagamento estão dentro da data”, sublinhou.
A ministra da Coesão Territorial realçou ainda que o Governo permanece atento, destacando que os vários ministérios, bem como as autarquias, devem também ser responsáveis pela alocação dos fundos.
À margem do 4.º Encontro Nacional de Cuidadores Informais, que decorreu em Leiria, o Presidente da República foi questionado pelos jornalistas sobre o aviso à ministra. Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que quando falou dos fundos “estava a falar da senhora ministra, uma forma de dizer o Governo”.
“Em relação aos fundos europeus, a questão neste momento é assim: recebemos a possibilidade da Comissão Europeia de dispor de 6.600 milhões de euros do total, que é muito mais amplo, e pedimos agora mais de mil milhões para esse efeito. Estão contratualizados os projetos. Está a demorar a ir para o terreno. Está a haver dificuldades de execução, algumas a nível europeu, outras a nível interno e, neste momento, dos 6.600 milhões há 800 milhões já no terreno”, precisou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa defende a necessidade de “aumentar muito” a taxa de execução dos fundos europeus em 2023, considerando que “há muita coisa que ainda se pode fazer”.