07 nov, 2022 - 10:05 • João Cunha , Olímpia Mairos
Sucedem-se as reações ao caso que envolve o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.
Enquanto autarca em Caminha, Miguel Alves terá adiantado 300 mil euros para a construção de um centro de exposições que não saiu do papel.
Depois de vários dias em silêncio, o secretário de Estado, em entrevista ao JN, mostrou-se seguro da legalidade do processo e disse que não se pronunciou antes sobre a polémica porque optou por dirigir as primeiras explicações à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nesta entrevista, o governante disse ainda que “este caso existe” porque é secretário de Estado de António Costa, porque “há um certo preconceito relativamente a quem está em funções fora daquela corte natural” e também porque e existe “um certo preconceito com Caminha”.
À Renascença, Paulo Morais, membro da Frente Cívica considera que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, devia abandonar o Governo.
“O secretario de Estado Miguel Alves, com as explicações patéticas que deu na entrevista que concedeu, apenas se enterrou mais do que estava enterrado”, atira Paulo Morais.
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O membro da Frente Cívica entende que situação que envolve Miguel Alves “é inexplicável”.
“É anedótico. Vir alegar que é pelo facto de ser em Caminha que está a ser criticado por ter pago um equipamento que não existe. É mais do que absurdo”, diz Paulo Morais, sublinhando que “qualquer criança da quarta classe percebe que isto não tem pés sem cabeça”.
Mas para a Frente Cívica, não é só o secretário de Estado que fica mal na fotografia.
“É todo o Governo e o primeiro-ministro, que aparentemente tem a seu lado alguém que nem consegue explicar de forma minimamente decente o que anda a fazer. Ainda que isto não acontecesse, a forma displicente como o secretário de Estado trata a coisa pública e da forma como parece estar a gozar com os portugueses devia ir-se embora para bem longe”, defende.
Também Alexandra Leitão, antiga secretária de Estado da Educação e ex-ministra da Modernização Administrativa nos governos de António Costa, considera incompreensível que o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro ainda esteja no Governo.
A antiga governante e atual deputada comentou na última noite o caso que está a ser investigado pelo Ministério Público e que envolve Miguel Alves. Enquanto autarca em Caminha, o agora secretário de Estado terá adiantado 300 mil euros para a construção de um centro de exposições que não saiu do papel.
No espaço de opinião que partilha com António Lobo Xavier e Pacheco Pereira, na CNN Portugal, Alexandra Leitão defendeu que este caso - se se confirmar que Miguel Alves foi constituído arguido, deveria levar à saída do secretário de Estado do Executivo, lembrando que foi esse o critério seguido por António Costa noutras circunstâncias.
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