13 nov, 2022 - 22:49 • Lusa
O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, acusa Luís Montenegro de desfaçatez ao acusar o Governo de empobrecer o país e diz que o campeão do empobrecimento de Portugal é o PSD.
"É preciso ter-se uma enorme desfaçatez, como aquela que tem manifestado Luís Montenegro, para acusar o PS de ser o partido do empobrecimento do nosso país", afirmou João Torres na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, onde apelou para que os portugueses "não se deixem enganar pelas manobras da oposição, e em particular do maior partido da oposição, o PPD-PSD".
Numa intervenção no XVIII Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, João Torres respondeu às declarações de Luís Montenegro, que acusou o Governo de estar a "empobrecer todos os dias" o país, o que considerou "lamentável e facilmente desmontável".
"Em cada um dos anos que a direita governou o nosso país no século XXI não houve nenhum ano em que Portugal não tivesse ficado mais pobre do que a União Europeia (UE)", disse, vincando que, ao contrário, "os anos de convergência de Portugal [com a UE] têm todos uma marca: são anos em que governou e em que governa o PS".
"No plano do crescimento económico o PS é mesmo o partido campeão do crescimento", enquanto "o PSD é o partido do pódio do empobrecimento do país", acrescentou.
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Lembrando medidas como a atualização extraordinária das pensões mais baixas, a gratuitidades das creches ou a atualização dos escalões mais baixos do abono de família, o secretário-geral adjunto defendeu que "o PS é de facto o partido que combate a injustiça social".
Ao longo de uma intervenção marcada por farpas ao PSD e ao seu líder, João Torres acusou Luís Montenegro de "uma enorme vontade de branquear o passado, de passar uma esponja sobre o que significou último governo do PSD", liderado por Pedro Passos Coelho.
João Torres disse que o PS "não está disponível para aceitar esse esquecimento coletivo que alguns querem impor aos portugueses" e não poupou críticas ao líder do maior partido da oposição, acusando-o de querer "normalizar a extrema-direita", ao contrário do seu partido, com o qual "o Chega não passa, o Chega não passará", garantiu.
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O secretário-geral adjunto do PS acusou ainda a "nova liderança da oposição" de ser "absolutamente viciada em demagogia e carente de sentido de estado", o que considerou "absolutamente lamentável" num contexto económico e social influenciado pela guerra na Ucrânia.
O facto de existir uma guerra "não quer dizer que não possa haver divergências, não significa que os partidos não possam criticar e até votar contra o Orçamento do Estado para 2023", mas, defendeu, "devia pelo menos fazer alguns lideres partidários refletirem sobre o estado de exceção que estamos a enfrentar, com todas as consequências económicas e sociais que daí advêm".
Perante uma plateia ligada aos movimentos sindicais o secretário-geral adjunto do PS distanciou também as políticas socialistas das politicas da Iniciativa Liberal para deixar a mensagem de que o PS "vai cumprir a sua agenda progressista de direitos e de reforço do estado social" em Portugal.