14 nov, 2022 - 06:36 • Tomás Anjinho Chagas
Uma no cravo, outra na ferradura. Esta tem de ser a receita para fazer aprovar o Orçamento Municipal de Lisboa e evitar os duodécimos. A coligação Novos Tempos, liderada por Carlos Moedas, que joga com o tempo e governa em minoria, procura aprovar o segundo orçamento. O documento é votado no dia 30 de novembro no executivo.
Para agradar à esquerda, a equipa de Moedas vai investir 109 milhões de euros na frota da Carris até 2026. A proposta, a que a Renascença teve acesso, prevê que, desse valor, 30,2 milhões sejam aplicados já no próximo ano em novos autocarros.
A aposta em comprar novos veículos e renovar a frota de uma empresa de transportes pública pode ser lida como uma forma de agradar à oposição- leia-se PS, BE, PCP, Livre - necessária (em parte) para fazer aprovar o Orçamento Municipal.
Num lote de medidas que vai ser apresentado, esta terça-feira, pelo vice-presidente da autarquia lisboeta, Filipe Anacoreta Correia, está também incluído um aumento da devolução do IRS- dos 3 para os 3,5%; uma redução redução do IMT para os jovens (até aos 35 anos) na compra de casas até aos 250 mil euros para habitação própria; e este investimento em autocarros para a cidade.
Câmara de Lisboa
A proposta de orçamento da autarquia de Lisboa dev(...)
O executivo de Carlos Moedas acredita que é um documento com um “forte pendor liberal”, porque “aposta na baixa de impostos”, mas que não esquece o “braço social”, plasmado no Plano Saúde 65. O objetivo da Coligação PSD-CDS é conseguir, pelo menos, a abstenção dos vereadores socialistas para conseguir a luz verde do documento. E se chumbar? A Renascença sabe que Moedas está disposto a governar em duodécimos.
Tudo se decide no dia 30 de novembro, altura em que a Câmara de Lisboa vota a proposta de Orçamento Municipal. A votação na Assembleia Municipal de Lisboa deve acontecer entre os dias 6 e 7 de dezembro. As reuniões (obrigatórias) entre o executivo e os partidos da oposição terminaram na sexta-feira. Até ao limite, a coligação Novos Tempos procura agradar a esquerda para continuar a governar Lisboa e concretizar os maiores projetos que prometeu para a cidade.