16 nov, 2022 - 15:30 • Rosário Silva
Depois do primeiro-ministro, António Costa, há mais uma voz desagradada com o livro do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa.
Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, disse hoje na sua página da rede social Facebook que a referência que é lhe é feita no livro “O Governador” “é mentira”.
“Para já, limito-me a agradecer a referência que me faz, só que é mentira: diz ele, na página 377, como prova das pressões que teria sofrido, que "a questão chegou ao ponto de o Ministério das Finanças constituir um grupo de trabalho sobre a problemática das finanças públicas, para o qual convidou Francisco Louçã", que trataria de dividendos do banco e gestão da dívida e suas maturidades”, escreve o economista.
Francisco Louçã promete analisar “com detalhe” o livro do jornalista Luís Rosa sobre Carlos Costa, a partir de entrevistas com o ex-governador.
Louçã lamenta que o que está escrito na publicação “seja falso”, argumentando que “não conheço nem participei em nenhum grupo de trabalho criado pelo Ministério das Finanças nesse âmbito”.
O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa esclarece que “participei, isso sim, num grupo criado pelo acordo entre o PS e o Bloco, que, como foi público, incluiu vários economistas e também membros do governo”.
Esse grupo acabou por apresentar “um relatório no parlamento sobre cenários da dívida pública”, clarifica.
Um dia depois do lançamento do livro “O Governador(...)
Já esta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, acusou o ex-governador do Banco de Portugal de "montar uma operação política de ataque" ao seu caráter, à sua honra e à sua honorabilidade.
Para António Costa, Carlos Costa escreveu um livro que mais não é do que “um conjunto de mentiras, de meias-verdades e deturpações”.
O ex-governador do Banco de Portugal, apresentou, na terça-feira, “O Governador”, onde relata o percurso dos seus mandatos à frente do supervisor, com destaque para ocorrências de “intromissão política”.