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BE defende criação de urgências básicas para "desanuviar" as médico-cirúrgicas

04 dez, 2022 - 14:13 • Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que a criação deste modelo de urgência "foi feita de forma limitada", frisando que "devia ser generalizada" sobretudo em momentos como o atual de mais doenças respiratórias.

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O Bloco de Esquerda (BE) quer que o Governo invista na criação de urgências básicas para "desanuviar" as urgências médico-cirúrgicas e lamenta que "cada vez mais se contratualize com privados", disse hoje a coordenadora, Catarina Martins.

"Nós temos dito que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de mais profissionais e profissionais com contratos que os fixem para não andarem sempre a rodar. E há uma medida urgente que o BE propõe há anos (...) que é a criação de urgências básicas ao lado das urgências médico-cirúrgicas. Isto permitia desanuviar as urgências mais complexas", disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que a criação deste modelo de urgência "foi feita de forma limitada", frisando que "devia ser generalizada" sobretudo em momentos como o atual de mais doenças respiratórias.

Na Póvoa de Varzim (distrito do Porto), onde falou aos jornalistas depois de visitar a feira da Estela, Catarina Martins sublinhou que em Portugal "não existem as urgências básicas suficientes", um modelo que, disse, "em muitos sítios do país nem sequer existe".

"Falta seguramente resposta no SNS", afirmou.

Catarina Martins disse que a "madrugada de hoje voltou a ter, nas urgências, [situações de] mais de 10 horas de espera em atendimentos que seriam urgentes" e deu como exemplos casos no Hospital da Póvoa de Varzim ou no Santa Maria, em Lisboa.

Questionada sobre a contratualização de meios na Saúde a privados, a líder bloquista disse que "todos os anos se gasta mais dinheiro com os privados e todos os anos as pessoas estão com menos cuidados de saúde".

"Isso devia querer dizer alguma coisa", frisou, reiterando que "o que é preciso é contratar profissionais para o SNS e dar ao SNS condições de trabalho para receber os utentes".

Questionada sobre se a surpreenderam as declarações do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que, em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF disse que o país precisa de formar mais médicos e que é preciso pagar melhor a quem trabalha no SNS, Catarina Martins reafirmou algumas das bandeiras dos bloquistas para a área a Saúde.

"A mim não me surpreende. O que me surpreende é que o Governo não faça nada", afirmou.

A coordenadora do BE disse que "é preciso garantir que os profissionais têm salários dignos para se entregarem em exclusividade ao SNS com progressão na carreira e condições de trabalho".

"Em Portugal um chefe de serviço do SNS pode ao mesmo tempo trabalhar num hospital privado que faz concorrência ao hospital público. Nós achamos isto bem? Isto não se faz perseguindo os médicos, mas faz-se exigindo-lhes exclusividade no SNS ao mesmo tempo que se lhes dá condições de trabalho para se poderem entregar ao SNS", concluiu.

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