15 dez, 2022 - 20:05 • Rosário Silva , Tomás Anjinho Chagas
O Presidente da República já tinha dito que tinha ficado apenas pelos títulos da entrevista que o primeiro-ministro concedeu à revista Visão, remetendo para mais tarde uma leitura completa.
Mas esta tarde, à saída de uma inauguração na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, não conseguiu evitar que os jornalistas voltassem a insistir com Marcelo Rebelo de Sousa e desta vez para comentar as declarações de António Costa sobre a mudança de liderança na Iniciativa Liberal (IL).
O primeiro-ministro atribuiu, na entrevista, a saída de Cotrim de Figueiredo da IL ao facto deste “não se conseguir adaptar a este novo estilo histriónico que a Iniciativa Liberal quer ter, de guinchar um bocadinho mais alto do que o Chega”.
Com uma postura sarcástica, o chefe de Governo foi mais longe e chamou “queques” aos membros da IL, afirmando que “quando tentam guinchar, ficam ridículos perante o vozeirão popular que o Ventura consegue fazer”.
Com os microfones direcionados para si, o Presidente da República lá foi dizendo que os 'soundbytes' lançados pela direita não o fizeram perder tempo, embora considere que a entrevista segue “a lógica das coisas”.
“Eu não comento as palavras do primeiro-ministro, bem como palavras de líderes político/partidários, mas faz parte da lógica das coisas”, afirmou.
“Pelo menos, do que me recordo quando era líder partidário e da oposição, os governos defendem sempre aquilo que fazem e acham que é bem feito, são posições, naturalmente criticam aquilo que é feito pensando que fariam melhor”, acrescentou o Chefe de Estado, sem se alongar em detalhes.
A verdade é que as palavras de António Costa não caíram bem junto dos liberais.
Numa nota enviada às redações, a deputada Carla Castro escreveu que “a Iniciativa Liberal está no parlamento para fazer uma política diferente, recusando a utilização de termos como ‘queques que guincham’ ou outros 'soundbytes' popularuchos típicos de António Costa e absolutamente impróprios para um primeiro-ministro”.
Para a também candidata à liderança da IL, “António Costa, antes de falar sobre a Iniciativa Liberal, faria melhor em preocupar-se com a sua própria equipa e o estado do país”.
“Queremos oferecer propostas concretas que melhorem a vida dos portugueses, lhes devolvam a esperança e os retirem da estagnação socialista dos últimos 20 anos que nos meteu na cauda da Europa”, acrescenta a mesma nota.
Já na rede social Twitter, Rui Rocha reagiu para considerar que o primeiro-ministro “perdeu a compostura e a educação com a IL”.
“Pode protestar o que quiser nos seus modos grosseiros: continuarei a lutar para impedir que o PS abuse do seu poder e torne Portugal medíocre”, assegurou.