Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Massacre de Wiriamu. Santos Silva assinala 50 anos e diz que importa pedir perdão

16 dez, 2022 - 10:55 • Lusa

A 16 de dezembro de 1972 um contingente de militares portugueses e a polícia política portuguesa "perpetraram um massacre num conjunto de aldeias de Wiriamu", em Moçambique.

A+ / A-

O presidente da Assembleia da República assinalou os 50 anos do massacre de Wiriamu, em Moçambique, durante a guerra colonial, e afirma que importa pedir perdão pelas cerca de 400 vítimas civis.

Esta posição sobre um dos factos mais trágicos da guerra colonial em Moçambique consta de uma mensagem vídeo que Augusto Santos Silva publicou na sua conta na rede social Twitter.

"Hoje passam 50 anos sobre o massacre de Wiriamu e esse facto deve ser recordado. É um facto que nos envergonha, mas não deve ser esquecido", salienta o presidente da Assembleia da República.

O ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros aponta depois que em 16 de dezembro de 1972 um contingente de militares portugueses e a polícia política portuguesa "perpetraram um massacre num conjunto de aldeias de Wiriamu".

"Esse massacre foi denunciado meses mais tarde por sacerdotes católicos. E essa denúncia contribuiu para o isolamento internacional do regime do Estado Novo e para o aumento da consciência em Portugal sobre a necessidade absoluta de acabar com esse regime e acabar com a guerra colonial", sustentou Augusto Santos Silva.

De acordo com o presidente da Assembleia da República, outros "massacres" tinham já ocorrido nessa zona de Moçambique e tinham sido denunciados, designadamente por sacerdotes católicos.

No entanto, na perspetiva do presidente do parlamento, "o massacre de Wiriamu foi especialmente bárbaro".

"Nenhum militar foi encontrado entre as vítimas, nenhum guerrilheiro foi encontrado entre as vítimas, todas as vítimas eram civis. E estamos a falar na ordem de quase quatro centenas de vítimas mortais deste massacre", realçou.

Para Augusto Santos Silva, "hoje é dia de recordar o massacre, de pedir perdão às suas vítimas e de homenagear aqueles, como o padre [Adrian] Hastings, que denunciaram, e também de homenagear os capitães de Abril".

"Os capitães de Abril, com o seu Movimento das Forças Armadas, puseram fim ao regime do Estado Novo, puseram fim à guerra colonial e permitiram que se abrisse um novo caminho nas relações entre Portugal e Moçambique. O caminho que hoje percorremos, o caminho de amizade, de cooperação e de profunda cooperação entre os dois países e os dois povos", acrescenta.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Raul Silva
    17 dez, 2022 Agualva-Cacém 12:40
    Não se entende por que motivo o documentário sobre esse massacre que existe nos arquivos da RTP não é exibido. Será que as afirmações feitas pelo Alferes que comandou o destacamento militar que perpetrou o massacre, particularmente sobre o que aconteceu depois do massacre, incomodariam muitos dos que que hoje o condenam?
  • EU
    16 dez, 2022 PORTUGAL 23:49
    Há COISAS que não costumo fazer, é figura de TONTO. Foi no ano de 1972 e nessa data estávamos cerca de 100 JOVENS afastados das NOSSAS MÃES para rumarmos ao Ultramar. ANO e MEIO depois libertamos o País. Mas, CONDENANDO o massacre, pergunto; quem COMANDAVA essa operação? Já INVESTIGARAM para punir? Essa é a questão e não virem agora DIZER que choram lágrimas de crocodilo. Há INTERVENIENTES vivos? Certeza que andam por aí e de ALTAS patentes. Disse AÍ.

Destaques V+