17 dez, 2022 - 16:22 • Lusa
Num almoço-comício do Bloco de Esquerda (BE) no Mercado do Forno do Tijolo, em Lisboa, Catarina Martins referiu-se, por várias vezes, à entrevista de António Costa publicada esta semana na revista Visão, considerando que o primeiro-ministro está "zangado com o país" e "sente-se injustiçado", criticando igualmente o aviso aos partidos para que se habituem à maioria absoluta do PS.
"Não nos habituamos, nem aceitamos que alguém diga que faz política de esquerda quando ataca salários e pensões, quando troca o salário pela mão estendida do apoio de vez em quando, que o Governo quer dar em vez do direito ao salário decente, digno de quem trabalha", afirmou.
A coordenadora do BE lamentou ainda que as "boas notícias" sobre as contas públicas não se reflitam na vida concreta das pessoas.
"Não há nada mais aviltante para o país do que ouvir o Governo dizer que a economia está a crescer mais do que está à espera, gabar-se disso e, ao mesmo tempo, quem vive do seu salário e pensão vive cada vez pior. Mas está a crescer o quê e para quem?", questionou.
No seu discurso, a líder do BE elegeu a habitação como "uma das principais preocupações" do partido e prometeu que irá falar no tema "todos os dias", contra o fim dos vistos "gold" dos privilégios fiscais para os residentes não habituais.
No almoço-comício, participaram os fundadores do BE Luís Fazenda -- que também discursou -, Francisco Louçã e Fernando Rosas.