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Frente Cívica. Demissão parece “produto de uma guerra civil surda que existe no PS”

29 dez, 2022 - 08:36 • João Cunha , Olímpia Mairos

Frente Cívica diz que ainda há muito por esclarecer sobre o caso que levou à saída de Alexandra Reis da companhia aérea. João Paulo batalha considera que terá de haver consequências na TAP porque alguém tem de assumir as suas responsabilidades, a bem do futuro da empresa.

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A Associação Frente Cívica considera que ainda há questões por esclarecer no caso que envolve Alexandra Reis e a TAP.

O vice-presidente do organismo, João Paulo Batalha, entende que a demissão de Pedro Nuno Santos não responde por si às questões substantivas.

“Continua a não ser claro o processo de entrada e de saída de Alexandra Reis da TAP. O comunicado de Pedro Nuno Santos é absolutamente omisso em relação à sua nomeação para a NAV”, aponta o vice-presidente da Frente Cívica.

Se o problema “está aqui na idoneidade de uma pessoa que tirou 500 mil euros de uma empresa pública, também ninguém assume a responsabilidade por ter trazido essa pessoa para o Tesouro, para o Governo”, acrescenta.

Para João Paulo Batalha, a demissão de Pedro Nuno Santos parece “mais um produto de uma guerra civil surda que existe no PS pela sucessão de António Costa e que contaminou completamente o Governo”.

“Mas é uma demissão que acaba por não responder às questões substantivas, nem sobre a TAP, nem sobre o Governo e a gestão política do Governo”, atira.

Consequências para a TAP

O vice-presidente da Frente Cívica considera ainda que terá de haver consequências na TAP porque alguém tem de assumir as suas responsabilidades, a bem do futuro da empresa.

“Na TAP terá de haver consequências porque, desde logo e aparentemente, a TAP mentiu à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários na forma como anunciou a saída do Alexandre Reis”, aponta.

À Renascença, João Paulo Batalha lembra que já foi assumido que o comunicado de saída foi negociado entre as partes “para salvarem a face, mas salvaram a face escondendo a mão”.

“Essa responsabilização tem que haver na TAP e a outra coisa que está por esclarecer é qual foi a divergência entre Alexandra Reis e a Ceo da TAP e se essa divergência tem ou não, e aparentemente tudo indica que tem, impacto na aplicação do programa de resgate da TAP e, portanto, no próprio futuro da empresa”, insiste.

“E isso também tem que ser esclarecido. E se nós podemos ter a mínima confiança de que os 3.200 milhões que os contribuintes meteram na empresa vão servir para alguma coisa ou se a TAP está também ela num limbo e numa situação ainda mais difícil do que já sabíamos”, remata.

O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou na quarta-feira à noite a demissão do cargo ao primeiro-ministro, António Costa, que a aceitou.

Em comunicado divulgado pelo gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos explicou que "face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno" do caso da TAP, decidiu "assumir a responsabilidade política e apresentar a sua demissão", já aceite pelo primeiro-ministro António Costa.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu na terça-feira a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros da TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.

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