07 jan, 2023 - 12:58 • Manuela Pires
Na moção de estratégia “Um país em liberdade e prosperidade”, Carla Castro, candidata à liderança da Iniciativa Liberal (IL), aponta os objetivos do partido para os próximos atos eleitorais: eleger deputados na assembleia legislativa da Madeira, duplicar o deputado único que tem nos açores, eleger pelo menos um eurodeputado e tornar os liberais na terceira força política nacional.
No documento, a que a Renascença teve acesso, e com o qual a deputada vai a votos na convenção dos dias 21 e 22 de janeiro, é apontada como uma das prioridades trabalhar no sentido de fazer chegar a mensagem liberal a mais eleitores, “aos que vivem no Interior, às pessoas de baixos rendimentos, à classe média, que tem vindo a sofrer a erosão dos elevadíssimos impostos e que não vê as suas qualificações recompensadas através do salário, aos jovens e aos abstencionistas”.
Um ano depois das eleições legislativas de janeiro de 2022, em que a Iniciativa Liberal conseguiu passar de um para oito deputados, Carla Castro quer, desde já, preparar o partido para um dia ser Governo e, por isso, é necessário que “estruture ideias e desenvolva programas, como propostas para constituição de políticas governativas”.
A candidata à liderança do partido promete "escuta(...)
A deputada defende ainda, na moção, e eleição de um vice-presidente liberal na Assembleia da República. No início desta legislatura o nome de João Cotrim Figueiredo foi chumbado, e o deputado não quis concorrer de novo à mesa do Parlamento.
Com mais dois candidatos na corrida à liderança da Iniciativa Liberal, Carla Castro diz que a equipa que escolheu para a comissão executiva, onde está o antigo secretário de Estado do Emprego Pedro Silva Martins e Paulo Carmona da atual direção, tem experiência em trabalho colaborativo e em rede.
Perante as críticas que são feitas por vários membros do partido de falta de democracia interna, Carla Castro garante que esta “será uma Comissão Executiva para fora, para todos os seus membros e simpatizantes, fortemente vocacionada para uma descentralização do partido”.
A deputada assegura que a equipa que apresenta é capaz de unir o partido e “que sabe fazer crescer a partir dos membros e da estrutura local”.
Carla Castro diz que é preciso que as propostas da Iniciativa Liberal cheguem às pessoas e quer retomar o lema “és liberal e não sabias”.
A candidata à sucessão de João Cotrim Figueiredo garante que esta lista representa o partido que vai além das “redes sociais e do espectro interno e vai para as ruas e para a sociedade”.
A moção tem um capítulo dedicado à estratégia e à marca, onde se defende o “uso de uma linguagem próximas dos cidadãos e dos seus interesses. Temos de saber contar histórias, promover a curiosidade, gerar esperança, reforçar a nossa credibilidade, mas também criticar e desmontar publicamente a argumentação do Governo e de outros adversários políticos”, lê-se no documento a que a Renascença teve acesso.
A estratégia dos cartazes, que é uma das marcas fortes dos liberais, é para continuar e deve ser alargada às “vilas e aldeias do país, aos Açores, Madeira, Europa e à diáspora espalhada pelo mundo”.
Com Carla Castro na liderança do partido, a Iniciativa Liberal vai ter um gabinete de estudos e uma academia liberal para dar formação aos membros sobre liberalismo. Esta candidatura quer ainda festejar os 50 anos do 25 de Abril e, por isso, o ano de 2024 deve ser o ano da liberdade com um calendário nacional de eventos.
O dia 24 de agosto, que é o dia da revolução liberal, deve ser a data escolhida para a rentrée política no Algarve e o partido deve celebrar o 25 de novembro na cidade do Porto.
A deputada Carla Castro defende ainda a criação do Festival Liberal, “com a ambição de, no longo prazo, se tornar um evento de grande adesão pública de promoção e divulgação do liberalismo”.
A convenção da IL está marcada para 21 e 22 de janeiro. Os outros candidatos à liderança são Rui Rocha e José Cardoso.