17 jan, 2023 - 18:23 • Lusa
O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira, que foi alvo de buscas no âmbito da operação Vórtex, negou ter "recebido o que quer que seja" e reiterou que está disponível para colaborar com a justiça.
"Nego categoricamente que tenha recebido o que quer que seja e nego categoricamente que tenha tido qualquer comportamento menos ético", afirmou o deputado social-democrata e ex-presidente da Câmara de Espinho entre 2009 e 2021.
Numa declaração aos jornalistas no Parlamento na qual não respondeu a perguntas, reiterou que está "totalmente disponível para colaborar com a justiça, no tempo e no modo que a justiça entender por conveniente".
Pinto Moreira insistiu ainda que não foi constituído arguido no âmbito da operação Vórtex: "portanto, não conheço nenhuma imputação sobre mim".
O Correio da Manhã noticia, esta terça-feira, que o Ministério Público alega que houve um suborno tanto a Pinto Moreira como a Miguel Reis, presidente da Câmara de Espinho eleito pelo PS que se encontra em prisão preventiva e que entretanto renunciou ao mandato autárquico, referindo uma escuta telefónica ao empresário Francisco Pessegueiro.
No passado dia 12 de janeiro, em entrevista à SIC, o líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou que Joaquim Pinto Moreira iria deixar a vice-presidência do grupo parlamentar social-democrata e a presidência da comissão parlamentar de revisão constitucional, após ter sido alvo de buscas domiciliárias no âmbito da operação Vórtex.
Hoje, o grupo parlamentar anunciou que ex-secretário-geral do PSD José Silvano vai substituir Pinto Moreira na presidência desta comissão.
O presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), - que entretanto renunciou ao mandato - um funcionário desta e três empresários foram detidos na terça-feira por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências na Operação Vórtex.
Joaquim José Pinto Moreira foi eleito deputado pela primeira vez nas legislativas de 2022, tendo chegado a vice-presidente da bancada social-democrata na direção de Joaquim Miranda Sarmento, já depois de Luís Montenegro assumir a presidência do PSD.
Recentemente, Pinto Moreira foi indicado pelo PSD para presidir à Comissão Eventual de Revisão Constitucional, tomou posse a 4 de janeiro e conduziu na quinta-feira ao final do dia a primeira reunião efetiva dos trabalhos, sem fazer qualquer referência à sua saída iminente.
O deputado já afirmou várias vezes estar disponível para o levantamento imediato da imunidade parlamentar, se tal for solicitado.