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Caso Alexandra Reis. CEO da TAP não contactou Finanças, mas admite que Ministério pode ter sabido

18 jan, 2023 - 13:56 • Sandra Afonso , Rosário Silva

Christine Ourmières-Widener está a ser ouvida esta quarta-feira na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, numa audição requerida pelo Chega.

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A presidente executiva da TAP garantiu esta quarta-feira que não contactou diretamente o Ministério das Finanças no caso da indemnização de meio milhão de euros paga à antiga administradora Alexandra Reis que foi, posteriormente presidente da NAV e se secretária de Estado.

“O meu principal contacto foi o Secretário de Estado das Infraestruturas. Segundo o meu entendimento, havia uma coordenação entre os Ministérios das Infraestruturas e das Finanças, mas eu não contactei diretamente as Finanças”, assegurou Christine Ourmières-Widener, que está a ser ouvida na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, numa audição requerida pelo Chega.

Ainda assim, a presidente executiva da transportadora aérea, admite que as Finanças possam ter tido conhecimento do caso, até porque “o acionista acompanhou toda a prova negocial”, apesar dos contactos terem sido feitos pelo então secretário de Estado das Infraestruturas, e que as decisões tomadas foram recomendadas por advogados.

“Toda a comunicação que fizemos e toda a discussão foi completamente recomendada por advogados. Eu sou uma CEO, não sou uma advogada, estou a gerir uma organização muito complexa, é por isso que contrato advogados. Tudo o que fizemos foi recomendado por advogados, incluindo a comunicação que foi publicada”, afirmou Christine Ourmières-Widener.

A responsável disse ainda que “não fiz nada sem ser por escrito”, garantindo que existem documentos e “provas escritas”.

“Há provas escritas do conhecimento [do acionista] neste processo, das diferentes etapas da discussão e da aprovação final”, mencionou.

Depois de muitas perguntas, ao fim de três horas de audição, Christine Ourmières-Widener respondeu, finalmente, aos deputados sobre se as recentes polémicas, sobretudo a indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis, colocaram o cargo em risco.

A presidente Executiva da TAP não está a pensar sair antes do tempo.

“Acho que tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, ao recrutar aconselhamento legal e ao pedir aprovação”, referiu.

“Vamos aguardar pelos resultados das investigações”, acrescentou, enquanto confirmou ter sido “contactada pela Inspeção-Geral de Finanças e pela CMVM”, afiançando que será “divulgada toda a informação de forma transparente”.

Ainda antes de ter começado a responder aos deputados, a CEO fez uma intervenção onde falou numa “missão” que tem como objetivo “percorrer um caminho para uma companhia sustentável e lucrativa até 2025”.

Caminho esse, que na sua perspetiva, já “mostra efeitos positivos”, sublinhando que em 2022, a TAP teve “uma das melhores receitas da sua história”, com destaque para o “terceiro trimestre, com o melhor resultado de sempre”.

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