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"É uma evidência". Marcelo volta a defender inquérito para atuais governantes

20 jan, 2023 - 20:12 • Ricardo Vieira

Presidente da República falou sobre os casos dos ministros João Gomes Cravinho e Fernando Medina.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insiste na necessidade de os atuais membros do Governo responderem ao novo questionário de escrutínio criado pelo primeiro-ministro, António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas, à margem da conferência Fórum Futuro da Europa, em Lisboa, sobre os recentes casos a envolver os ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças.

O Presidente da República não comentou o caso da derrapagem das obras no Hospital Militar, mas aproveitou para reforçar a utilidade de os atuais governantes responderem ao questionário.

“O que é uma evidência é que aquela dúvida que havia, sobre se as exigências de que o questionário é uma expressão escrita, se aplicavam a quem já estava em funções ou só a quem ia entrar em funções, para mim a resposta era muito simples: aplicava-se a todos”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O jornal “Expresso” avançou que João Gomes Cravinho, ex-ministro da Defesa e atual ministro dos Negócios Estrangeiros, foi informado em março de 2020 de que o custo das obras no antigo Hospital Militar de Belém estava a derrapar.

O governante tem dito que desconhecia a derrapagem de mais de dois milhões de euros, mas, segundo o jornal, Gomes Cravinho foi informado sobre "trabalhos adicionais" que já somavam quase um milhão de euros extra.

Questionado pelos jornalistas se quem falta à verdade no Parlamento tem condições para continuar no cargo, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “A pessoa que está num debate parlamentar está a emitir uma opinião ou um juízo baseado em certos pressupostos, podem de repente fazer declarações que mais tarde se verifica que não correspondiam à realidade, tinha uma ideia vaga da realidade, não era bem assim. Isso acontece muitas vezes. Vamos ver”.

Esta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República avançou que há seis arguidos no caso das buscas em Lisboa, três empresas e os seus representantes, o que exclui o ministro das Finanças, Fernando Medina.

Sobre esta investigação, o Presidente da República voltou a defender a importância do questionário ser aplicado aos atuais governantes.

“Confirma o que disse ontem. Temos outra situação em que se confirma o quanto importante é o esclarecimento relativamente a factos do passado e a um governante que já estava em funções antes de haver o questionário”.

“Não se pode pegar na ideia de que o questionário a partir deste momento é que importa esclarecer as matérias para quem entrar. Para quem já estava em funções antes do questionário não importa esclarecer. Não. Importa esclarecer para todos que estejam em funções. Aquilo que for sendo esclarecido - pelo que me diz já há passo nesse esclarecimento - deve ser esclarecido”, frisou.

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