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Chega. Ventura apela à estabilidade e recusa saneamento de críticos

26 jan, 2023 - 07:33 • Lusa

Presidente do Chega diz que é preciso "pôr a luta pelo país acima das lutas pequenas do partido".

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André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público
André Ventura, líder do Chega, na entrevista Hora da Verdade (29set2022). Foto: Rui Gaudêncio/Público

O presidente do Chega e recandidato ao cargo, André Ventura, apela à estabilidade interna, defendendo que é preciso "pôr a luta pelo país acima das lutas pequenas do partido" e recusando que haja um saneamento dos críticos.

O Chega realiza entre sexta-feira e domingo, em Santarém, a sua V Convenção Nacional, marcada na sequência do chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional. Porém, o partido decidiu regressar aos estatutos originais, de 2019, e ajustar os órgãos, em vez de os voltar a alterar este fim de semana.

"Tivemos de fazer um novo congresso para isso, porque se o presidente é eleito em congresso, se os órgãos são todos eleitos em congresso, já não pode haver diretas como nós tínhamos, então temos de reajustar os órgãos por uma questão de legitimidade jurídica e até política", afirmou André Ventura em entrevista à agência Lusa no âmbito da convenção.

Ventura justificou que uma revisão estatutária representaria "um risco", mas considerou que a decisão de não o fazer, apesar de trazer "alguma estabilidade institucional, é desafiante.

"Esse ajuste tem coisas boas. O bom é que não nos obriga a mexer nos estatutos outra vez, podemos manter os estatutos que temos, o mais difícil aqui é ajustar órgãos e procedimentos aos estatutos de 2019", afirmou.

Sobre a possibilidade de realizar nova convenção para alterar os estatutos, o presidente do partido de extrema-direita adiantou que "não está nos planos".

O líder do Chega recusou que mais uma eleição para a liderança seja uma tentativa de demonstração de força: "pelo contrário, é uma oportunidade para a oposição vir a jogo e apresentar-se". .

Considerando que se os opositores internos "quisessem mesmo vir a jogo, tinham-se organizado", Ventura salientou que "não fizeram listas porque não quiseram, ou não puderam ou não tiveram a força suficiente para o fazer, porque podiam ter feito perfeitamente".

"Só que a oposição critica sempre qualquer coisa, ou é porque os métodos de eleição são diferentes, ou é porque o número de delegados é outro, ou é porque as regras não são as que eles queriam que fossem. [...] Agora em congresso é porque não conseguem eleger tantos delegados como gostariam, bom, isso é a democracia", afirmou.

No entanto, a oposição tem pouca margem uma vez que na eleição dos 600 delegados à convenção venceram "todas as listas afetas ao presidente do partido", segundo foi divulgado na altura.

André Ventura é, para já, o único candidato anunciado à liderança, mas as candidaturas e respetivas moções de estratégia global podem ser apresentadas até às 23:00 de sexta-feira, devendo "ser subscritas por um mínimo de 10% dos delegados".

Sobre a alteração do método de eleição (ao contrário do que aconteceu anteriormente a lista vencedora elegeu todos os lugares), indicou que "não foi a direção que fez essa proposta, foi em Conselho Nacional, conselheiros que fizeram essa proposta" e que a direção queria "manter as coisas como estavam, com o método de Hondt".

Quanto à moção de estratégia global que vai levar à convenção, e que ainda não é conhecida, André Ventura adiantou à Lusa que vai "pedir estabilidade", defendendo que "este é um momento de união, não é o momento de divisões".

"As lutas a nível distrital estão muito acesas e a nível local também, o que é normal num partido que cresceu muito, e que de repente atingiu estes milhares de militantes. Mas temos que perceber que nós estamos num contexto em que temos que pôr a luta pelo país acima das lutas pequenas do partido", atirou, considerando que as "quezílias internas estão a minar o partido".

Ventura apontou igualmente que "os portugueses não podem ver uma casa desarrumada, têm que ver um partido arrumado, unido, com diferenças, é evidente, mas unido".

"Agora não se pode dizer que a direção anda a expulsar pessoas, porque isso não é verdadeiro", afirmou, recusando que os críticos estejam a ser saneados.

O líder recusou ainda a ideia de que o Chega seja "um partido de um homem só" e defendeu que, apesar de se ver à frente do partido por "vários anos, até aos 50 se calhar", ou seja mais 10, defendeu que "há claramente" futuro para o Chega sem André Ventura.

Sobre a eleição, Ventura disse que o seu objetivo "é conseguir ter uma votação acima de dois terços" e "que a direção do partido seja aprovada à primeira volta, no domingo, com uma votação significativa, acima dos 60% ou algo assim".

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