03 fev, 2023 - 23:38 • Lusa
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou esta sexta-feira as declarações do presidente do Santander Totta, realçando que os lucros da banca são à custa de quem janta à sexta-feira e de quem "mal pode" jantar à segunda.
Num jantar-comício do PCP, numa sexta-feira, em Coimbra, Paulo Raimundo repudiou as declarações do presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, que criticou, na quinta-feira, os comportamentos dos portugueses, com "padrões de consumo elevados, a jantarem fora à sexta-feira" à noite.
"Pois, aqui estamos nós, numa sexta-feira, a jantar", afirmou o secretário-geral do PCP.
Lembrando que o banco que Pedro Castro e Almeida lidera teve lucros de 568,5 milhões de euros, Paulo Raimundo recordou que a banca privada portuguesa "lucrou qualquer coisa como 4,4 milhões de euros por dia", em 2022.
"À custa de quem é que isto foi? À custa dos que têm jantar à sexta-feira, dos que mal podem jantar à segunda e dos que trabalham à sexta, à quinta e a todos os dias", vincou.
“O que se tem procurado fazer da parte dos bancos (...)
Paulo Raimundo recordou que, "volta não volta", os portugueses são "brindados com declarações de quem, do alto do seu pedestal, vai dando sugestões" de como é que estes devem viver, resgatando as declarações do presidente do BPI, Fernando Ulrich, - "Ai, aguenta, aguenta" - , e da sugestão da presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, para as pessoas passassem a comer menos bifes, ambas proferidas na altura da "troika". .
Para o líder comunista, "os tais partidos das contas certas" estão ao serviço de pessoas como Pedro Castro e Almeida e dos "5% mais ricos em Portugal, que concentram 42% de toda a riqueza do país".
"O que é preciso é enfrentar os lucros vergonhosos da banca, investir na habitação e travar a subida das rendas e o aumento das prestações", defendeu.
Habitação
Preço das casas disparou em média 38% desde 2019. (...)
Durante o seu discurso de cerca de 20 minutos, Paulo Raimundo criticou também o primeiro-ministro, considerando que o atual Governo tomou a opção de "não responder aos problemas concretos da vida" de todos os portugueses.
O secretário-geral PCP sinalizou ainda que PS, PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, poderiam ter acompanhado os comunistas no travão ao aumento dos preços de bens essenciais, na taxação de lucros decorrentes da especulação, ou no aumento de salários, pensões e apoios sociais.
"Podiam mas não o fazem. E não o fazem, caros camaradas e amigos, porque estão todos comprometidos. É verdade que divergem no ritmo e que há uns mais acelerados do que outros, mas o carril em que se movimentam é exatamente o mesmo. O que precisamos não é de ritmos diferentes com outros protagonistas, o que precisamos é de mudar esse carril, é de mudar de rumo", asseverou.
EXPLICADOR RENASCENÇA
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