Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

“Danos são irreparáveis”. Partidos reagem ao relatório sobre abusos na Igreja

13 fev, 2023 - 15:43 • Cristina Nascimento , Rosário Silva

Iniciativa Liberal, Chega e PAN já reagiram. IL pede compensação para as vítimas, Chega apela a "celeridade" do Ministério Público na investigação dos casos que ainda não prescreveram. PAN quer grupo de trabalho parlamentar sobre abusos sexuais na Igreja.

A+ / A-

Com a divulgação do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica sucedem-se as reações partidárias ao documento.

INICIATIVA LIBERAL

O partido foi o primeiro a reagir. O presidente do partido, Rui Rocha, escreveu no Twitter que "os abusos hoje revelados constituem um gravíssimo atentado à liberdade e à integridade física e psicológica”.

Rui Rocha reconheceu que “os danos são irreparáveis”, mas sublinhou a necessidade de “garantir a compensação possível e assegurar que estas situações são prevenidas, identificadas e condenadas sempre que não for possível impedi-las”.

"Não há espaço para o abuso e para a violência numa sociedade justa e democrática. É sempre intolerável, mas é particularmente infame quando se exerce a partir de uma posição de poder sobre vítimas indefesas", criticou.

CHEGA

Já o presidente pede celeridade ao Ministério Público na investigação dos casos que ainda não prescreveram.

André Ventura manifestou-se ainda favorável a uma mudança na legislação no sentido de iniciar a contagem de prescrição dos crimes apenas a partir dos 30 anos das vítimas e não a partir dos 23.

"Há muita gente que é abusada que só tem condições de falar muito tempo depois", disse o líder do partido.

A Comissão Independente validou um total 512 testemunhos de abuso sexual na Igreja Católica nas últimas décadas. O número foi avançado por Pedro Strecht, coordenador desta comissão, na apresentação do relatório final, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

O pedopsiquiatra revelou que "foram recebidos um total de 564 [testemunhos]. Estes testemunhos, como depois iremos explicar com toda a cautela, permitem chegar a uma rede de vítimas muito mais extensa, calculada num número mínimo de 4.815 vítimas", adiantou.

PAN

Partido anunciou que vai propor a criação de um grupo de trabalho sobre os abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal, defendendo que o trabalho da Comissão Independente tem de ter sequência.

Numa série de publicações na rede social Twitter, a porta-voz do PAN e deputada única Inês Sousa Real agradeceu à Comissão Independente o trabalho desenvolvido e apelou a que “a Igreja, a sociedade e o Estado não deixem cair este tema no esquecimento” e que “não haja tolerância com os abusadores”.

“A Igreja não pode continuar a ocultar este tipo de crimes e a proteger abusadores. É fundamental que tornem consequentes as recomendações feitas”, defendeu a deputada.

Inês Sousa Real sublinhou que o partido já apresentou no Parlamento uma iniciativa que visa alterar os prazos de prescrição dos crimes de abuso sexual, “uma matéria que na legislatura passada foi rejeitada pela maioria PS/PSD”.

“Vamos ainda propor a criação de um Grupo de Trabalho na Assembleia da República neste âmbito”, escreveu ainda a deputada do PAN.

PCP

"Os elementos divulgados pela Comissão, pela sua dimensão – que é parte de uma realidade ainda mais ampla –, são de uma assinalável gravidade”, disse o grupo parlamentar PCP, em reação ao relatório sobre abusos de menores por membros da Igreja, divulgado esta segunda-feira.

Segundo os comunistas, a Igreja Católica deve “refletir e intervir para além das consequências e apuramentos judiciais, numa lógica de prevenção aprofundada e de responsabilidade social, tal como ao conjunto da sociedade."

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+